Louquética

Incontinência verbal

domingo, 8 de dezembro de 2013

Amor, onde menos se espera




Amor muda tudo na fisionomia interna e externa de uma pessoa: encontrei minha amiga no shopping e ela era a cara da felicidade! Namorinho escondido, porque a filha pequena não aceita. Namoro engraçado, originado de uma batida de carro causada (e admitida) por ela. Fico tão feliz por quem cuida bem de sua própria vida e se joga num amor, correndo os riscos e vivendo o possível. Dá vontade de dar os parabéns não pelo achado, mas pela coragem.
Do infortúnio do acidente de trânsito, quiseram os anjos que saísse um grande amor para um coração desenganado e cansado.
Num tempo de homens áridos, de pessoas que se valem do trânsito para matar, mutilar e oprimir e em que o tráfego é motivo de preocupação e lugar de violência, como é bom ver que as pessoas ainda podem fazer um novo roteiro em cima de velhas histórias que tendem mais ao drama que ao romance!
Desde que Leandro morreu (num acidente de trânsito causado por um carro que trafegava na contramão), não passa um dia em que eu não pense nele e na minha falta de coragem. Não, nunca tive coragem de encarar um preconceito, fosse o de idade, como seria o meu caso com Leandro; fosse de quebra da ética, se eu namorasse algum aluno meu. Decerto, todo dia uma tentação é jogada à minha frente. Paro, pondero e concluo que não quero confusão em minha vida profissional. Penso que minha profissão é mais importante que os meus amores carnais e afetivos e digo “Desta água não beberei”, apesar de morrer de sede e do pote vir constantemente atrás de mim.
Fora de cogitação namorar o filho do meu amigo – barra que eu não encaro e que sei que Leandro morreu sem perdoar. Até porque eu não me perdoei. Mas, voltemos ao bom amor dos outros: como ela está feliz. E em poucas palavras ela descobriu (e me contou, porque eu não sabia), que Rodrigo é ex-namorado da prima dela. Confirmou tudo, principalmente que ele é muito tímido. Vai que fosse só comigo que tivesse o comportamento tímido? Somos iguais, vamos ver no que dá. Não sou uma pessoa corajosa para amar, isso piorou depois de 2007. Nunca mais vivi aquelas coisas de amor, paixão e desespero e não me sinto apta a isso, apesar de todo calor de novas emoções.
Dormimos mal quando amamos, mas ainda assim, dormimos melhor. Ficamos atrapalhados, sonhadores, confusos e felizes. Depois vem o período de quebrar a cara... E para os que são como eu, indecisos, incapazes de terminar, eternos proteladores, procrastinadores das decisões amorosas, tudo se complica mais. Como disse Caetano Veloso, repetindo uma quadrinha popular: ‘Os olhos da cobra verde/hoje foi que arreparei/se arreparasse há mais tempo/não amava quem amei... It’s a long way!

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