Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Soldado das próprias batalhas


Tenho um problema bem sério com quem começa as coisa e não as conclui. Problema sério, aqui, significa certa falta de respeito para com essas pessoas, raiva, perplexidade, indignação. Já diz o ditado: "Se não for para ir até o fim, nem comece!". Aí que está, também: Há quem nem comece, por mais que queira concluir algo.
Não sou melhor que ninguém, mas me arvoro a dar conselhos não solicitados. Aqui vai um: se você quer algo, procure alcançar, ter, realizar, fazer...Não espere uma companhia, um amigo, alguém te acompanhar.
O povo idiota acha que isso é individualismo. O individualismo é primo-irmão do egoismo, mas não pode ser confundido com ele. Somos indivíduos. Procuramos par em outras individualidades. Por mais que nos pareçamos, cada indivíduo é um.
Se você não for à academia, esperando a predisposição de alguém para se matricular junto, esqueça.
Olha, aquela pessoa que sempre alega não ter tempo para a academia, o curso, a viagem, sei lá o que mais, deu desculpas a si mesma a vida inteira.
Como dizem os psicólogos, a pessoa indisposta à atividade física (à intelectual, também), teve esse perfil na infância, na adolescência, a vida inteira. Moveu-se pela preguiça na área e se amparou em suposta falta de tempo, em lares a cuidar, em mães, pais, filhos, parentes que demandavam atenção ou outros seres pretensamente dependentes de si.
Quer ter um bom réveillon? Planeje, compre, faça e vá.
Quer ir à academia? Matricule-se, compre seus acessórios e vá. É maravilhoso malhar sozinho, sem conversinhas dispersivas, sem ter que esperar por alguém, sem desvios de rotas para assunto paralelo.
Quer ir ao carnaval? Planeje e vá. Há festas que dão desconforto por estarmos sozinhos. Mas quanto se quer ir a tal festa? É seu show preferido? É sua viagem dos sonhos? Vai deixar de ir porque o amigo preguiçoso ou até disposto, não tem o mesmo sonho que você?
Olha, até para se fazer um filho, caso não se ache companhia interessada, se pode fazer sozinha, desde que se tenha o dinheiro da inseminação.
Se minhas boas saídas dependessem de companhias animadas ou solidárias, eu ficaria em casa 'every single day'.
Em meu aniversário, sim, faço questão de estar perto de quem amo, de amigos leais e divertidos. Até ceia de natal, se eu quiser, faço apenas para mim e ponto final.
Meu aniversário está bem perto, Vai ser numa terça. Farei um jantar aqui em casa, apenas para cinco pessoas, com cardápio amorosamente escolhido.
O meu amado não sabe o dia do meu aniversário. Eu que farei a surpresa. Mas vou comemorar somente com ele, sem que ele saiba de início - ele não virá ao meu jantar, é programação à parte. Juro: festa, quem faz é o coração da gente.
Não sou de confundir mágoa com trauma, mas nunca esquecerei o que minha ex-amiga fez comigo em meu aniversário.
Falando dessa mesma história - já contei zil vezes aqui, a forma como ela me deixou com um bolo na mão, sozinha, numa mesa de bar e só apareceu bem tarde, a fórceps, com cara de ódio, após ter dito que não se comprometeu a vir - o que era mentira, pois eu ia ficar em casa, com meu bolo a ser partilhado com quem aparecesse mas ela me persuadiu a sair. Foi uma dor enorme. Desfeita deste porte, no dia de meu aniversário...Aí, quando a gente planeja sozinha, apostando em si mesma, vem um corno nos chamar de egoísta e individualista. Ai de mim se não fosse eu.
Bom, se a gente tiver quem seja solidário com nossas causas, beleza. Mas nossa capacidade de execução deve estar acima da dependência da presença de colaboradores.
Você quer? vá. O medo passa, a pessoa se enturma...
Vá à academia.
Vá ao curso.
Vá à festa.
Faça a viagem...
Solidão é outra coisa (e pode ser benéfica). Egoísmo é outra coisa. Realize tudo na medida da potência dos seus desejos. E quem quiser estar conosco, que nos siga - seguir não é somente ir atrás: é se predispor a estar ao nosso lado. Na minha cabeça de ariana, a vida é assim: a gente sempre encontra um modo de fazer.

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