Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sobre amizades e carnavais


Estive pensando, me metendo na vida alheia, de longe, é claro: como podem as pessoas ficarem de mal como se fossem crianças de 05 anos? fiquei pensando que se a amizade de alguém for mais importante do que o meu orgulho e minha vaidade, preferirei o amigo.
Também já tive amigos demais nesta vida e, por isso, sei que é muito bom não estar grudado neles. Sei da necessidade de distância, até mesmo pela preservação da relação.
E o que há de pior: às vezes a gente quer estar com o nosso amigo e isso implica em estar com ele e com o "amor da vida dele". Quer, seja amigo ou amiga, é dose você ter que aturar e puxar para o seu convívio aquele estranho que foi "apadrinhado" por sua amizade pré-existente.
Mas tem isso da gente desligar o telefone e de querer ficar só.
Tem o outro lado das coisas que é aguentar os amigos de nossos amigos que, por assim dizer, não são necessariamente nossos amigos. E quando dois amigos em comum resolvem ficar de mal e você fica no meio do fogo cruzado, vendo um atrapalhar a vida do outro, um boicotar o outro e, no final da contas, você se dar mal sem ter nada a ver com isso?
Aí também ouvi depois, no rádio, o seguinte: "Antes de pedir dinheiro emprestado a um amigo, pense muito bem sobre de qual dos dois você precisa mais". Esta é uma máxima que guarda as suas verdades: se alguém te oferece dinheiro num momento de dificuldade, beleza. Especialmente se isso não ocorreu em meio ao consumo de álcool ou entorpecentes.
Se algum amigo te oferece dinheiro e estabelece prazos e juros, melhor ainda: quem paga juros não deve favor. Contudo, é o credor quem deve saber disso e ter consciência de que esta fazendo um negócio - deve estar atento ao fato de que, se atrasar a devolução do montante emprestado, você sabe que pagará juros, portanto, se além de agiota temporário ou permanante o cara for seu amigo, saberá fazer uma leitura das circunstâncias para não cobrar fora das condições, quando, por exemplo, você trocou de emprego num órgão público e antevê que só entrará em folha de pagamento após 03 meses, em média.
Se o agiota tiver juízo, perceberá que ao longo deste tempo suas dívidas se acumularam e que o conveniente é parcelar sua parte. Mas, cuidado: alguém poderá se aproveitar disso para te humilhar, para um dia jogar na sua cara que quando o "bicho pegou", foi ele quem te emprestou uma grana - mas não fala dos juros, né?.
Mais desagradável que tudo isso é quem mistura as estações. Sinto muito, digo outra vez, se meu amigo estiver errado e meu inimigo estiver certo, admito a razão de meu inimigo e defendo seu ponto de vista.
Há ocasiões em que a gente termina uma relação e se torna inimigo daquele ser que outrora era nosso amor. Ah, que feio!
Mas neste caso tem o nosso orgulho pessoal. Poxa, quando é a gente quem termina e sabe das razões pelas quais desfez os laços afetivos, está na cara que ficamos no aguardo do pedido de desculpa e na reedificação da amizade.
Quase todos os meus ex-namorados se tornaram meus amigos. E bons amigos!
Agora que terminei com meu namorado, não falo com ele até que ele esboce suas desculpas pelo ocorrido. Não dá! para passar por cima de tudo, não dá!
Sinto a falta dele, gostava de conversar e de brincar com ele...aliás, sou daquelas pessoas para as quais o amor não é tudo - isto é, se houver amor, mas não houver bom humor, compreensão, tolerância, trocas, diversão, etc., melhor nem pensar em relação.
Um grande amigo meu esteve separado, recentemente. Isso durou um ano, em média. Agora que se reconciliou com a amada, a gente pouco se fala. Isso em nada abala a nossa amizade, porque a gente reciprocamente se entende. Não são necessárias as palavras: é o momento dele, de curtir a amada, de viver esta fase, de querer ficar a sós com ela. Vocês já notaram que Sós e S.O.S. são anagramas perfeitos? para alguns, estar só e estar a sós requer pedir socorro, pedir um "ésse- ó- ésse" porque a pessoa se sente em perigo.
Bem, mas devo pensar que amanhã estarei passando pelo ISSBA, onde fica um ponto de ex-amigos de trabalho. Ultimamente estes inventaram de me associar com a moça lá do BigBrother que tem um nome parecido com o meu e tem a paridade comigo, no sentido da vida militar. Toda hora eu tenho que aguntar isso! Aliás, acho a Anamara linda, parecida com a Ivete Sangalo, que eu acho igualmente linda, embora não curta musicalmente a moça do axé. Nem ela nem as enlatadas em geral...não acompanho o programa BBB, também, não para fazer pose de intelectual e ficar criticando e acompanhando escondido. É que a esta altura da vida, não dá para acreditar na porção reality de nenhum programa, né, mano? não vejo graça, não tem novidade e, enfim, não faz minha cabeça mesmo. Mas não sou daquelas idiotas que se fazem de desentendida sobre as figuras da mídia. Então, é claro que eu sei quem é Stefany (mesmo sem jamais ter visto a cara dela), sei quem são as mulheres Melão, Filé, Melancia, Morango e etc. Não é preciso consumir estes produtos de massa para saber quem são: eles se espalham, tocam por aí, aparecem, são comentados...
Voltando ao ISBA, então, é lá o primeiro canto que eu costumo passar durante o carnaval.
Vou, dou um "alô" para a galera, vejo se tem Tenente bonito na área, vou ali perto fazer um lanche bom e higiênico num point lá perto, volto, bebo água, atualizo as fofocas e sigo pela avenida Oceânica abaixo, verificando o potencial masculino heterossexual da área...e aí, quando tem camarote, vamos a ele; quando tem bloco, vamos a ele.
Neste ano estou meio grilada com camarote. De fato, quem fica em camarote não curte o carnaval, curte uma outra festa paralela. Claro que tem tudo de bom: banheiros limpos, comida de qualidade, cinema, salão,boate, brindes, fotógrafos, segurança...mas é uma outra festa. Dificilmente as pessoas namoram por lá, ninguém fica de flerte como na pipoca ou no bloco...cada canto do carnaval tem uma emoção diferente.
O carnaval de rua em Salvador acaba invariavelmente às 02 da manhã. Passou daí, é bagaceira pura: aparecerá algum trio excluído a cada uma hora, as pessoas já estarão sentadas no meio-fio; tudo decresce em qualidade (inclusive, os nossos critérios de paqueras). Se a festa não está boa, eu pico a minha mula e caio fora: esse negócio de ficar em lugar que já não está agradando, só para ususfruir do dinheiro gasto, está por fora.
Eu não sacrifico meu sono à toa. Também não deixo de dormir para dar um mergulho numa praia urinada e pegar um sol escaldante para me encher de bolhas, para eu ter as marcas visíveis da "suposta diversão". Estou fora, mano véio, isso não é comigo. Já viu que o blog é da Louquética, não é da Idiota!
O carnaval perfeito da louquética é assim: Saio no sábado, passo no ISBA para as coisas que eu já falei. Ando até à frente do Othon, dou de cara com uma turma de argentinos, fico com um e retardo minha entrada no camarote.
Entro no camarote, faço aquele tour e dou de cara com mais argentinos, clarinhos, altos, com um cabelinho escuro e lisinho que olham para mim e dizem: "Besos?" e eu digo: "Sí"...
Amassos depois, vou para a boate pipocar de dançar. Saio quase duas horas depois e vou olhar a avenida. Vem algum trio legal e eu vou ver lá do mirante; vou comer algumas coisa legal, volto para a boate, danço até desidratar e resolvo descer para a avenida.
Desço.
No meu caminho, mais gatos!
Encontro um amigo não muito íntimo em turma com amigos gatos. Um me apresenta aos outros, rola uma empatia, trocamos o telefone, trocamos uns amassos e tchau. Voltando para o camarote, mais argentinos disponíveis e com iniciativa.
Muitas músicas depois, sono e cansaço: hora de ir para a casa (dos outros). Banho. Cama. Bons sonhos. Acordo na hora do almoço. Mais sono. Enrolo para levantar. Banho. Acordar os demais amigos. Almoço no Souan Loun. Bib's Frapê no Habib´s da Avenida centenário, na Barra. Voltamos para a casa (dos outros). Mais descansos. ver o carnaval pela TV um pouquinho. Sono.20 horas, todo mundo pronto para reiniciar as ações da noite anterior.
Segunda-feira: Guarajuba e nada de carnaval.
Terça-feira: saideira.
Até 2011, se Deus quiser e eu existir.

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