Louquética

Incontinência verbal

sábado, 17 de abril de 2010

Dura lex


Foi preciso cursar Estudo de Narrativas para saber que para além do nome de um filósofo pré-socrático ou sua suposta origem grega que lhe conferiria o significado de "verdejante", Thales se relaciona com a Lei de Talião, isto é, Lex Talionis, em que Lex= lei e Talis= igual, tal.
Então, o que o senso comum traduziu em "olho por olho; dente por dente", fundamenta, no âmbito da Lei, a reciprocidade do crime e da pena. Disse o meu professor que Talis teria por significado real a igualdade (tal).
Não sou dada a etimologias, mas não deu para ignorar que o meu "Th"tem tudo a ver com o Código de Hamurábi - e isso me deixa louca porque sei que de alguma maneira ele pode ser tirânico, sob aquela pele mansa da compreensão aparente, nos desvios de conversa, no tangenciamento de uma resposta dada ou recebida.
A correspondência, a correlação entre o crime e o castigo não estaria sob o liminar da vingança?
Brinco com o nome dele por ser este o menor dos seus mistérios - há tantos, há as coisas insinuadas e outras que deixam indícios...Mas, ao mesmo tempo, "no misterioso livro do teu ser" se inscrevem tantos fascínios, incitando a vontade de devorar o tempo e avançar as conclusões...para quê mesmo, hein? para te lançar no tédio, para descobrir o vampiro sob a máscara do cavalheiro, para me proteger, para não me iludir quando você me diz: "Moça!",desestruturando as minhas certezas.
Mas você me cobra confiança - aplico seu princípio: reciprocidade. Não consigo dar aquilo que não recebo. Ninguém pode dar aquilo que não tem, nem roubando!
E minha amiga diz: "Como pode ser assim,racionalizando para fugir dos sentimentos?"! Agora virou um tango dançado a três, porque ela me protege e me desafia...e eu, que não sou a Justiça cega, não enxergo um palmo à frente do nariz. Sou pior do que quem só vê aquilo que quer: eu não vejo nada.
Eu nunca fui boa nisso, eu escorrego e te magôo e já não sei o qeu dizer para consertar as coisas - típico de quem desaprendeu a ser feliz (eu, que acho toda felicidade suspeita!). Intercalo as várias vozes do nosso "triálogo" porque agora sou incapaz de assumir a minha voz...
Dura lex! (que se Deus quiser alguém vai associar rapidinho a uma marca de pratos e quebrar a rigidez chata dos assuntos sérios. O lado bom de ser louca é escapar pelas minhas próprias fraquezas!).

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