Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O peso do amor


Eu me desculpei com minha amiga por ter comemorado tanto a separação dela.
Também, como não comemorar, se ela nunca amou aquele panaca? se ela casou por causa das pressões da mãe, sempre a convencendo que ele era uma boa pessoa, como se fosse o último homem do mundo.
Acho que eu nem deveria ter pedido desculpas, porque a primeira coisa que ela fez quando ele puxou o carrinho de lá da casa deles foi me chamar para viajar para Morro de São Paulo. E acho que ela não iria tão longe apenas para chorar as mágoas de um amor perdido.
Ah, quer saber? o que eu acho é que ela está feliz, feliz como pássaro que escapa da gaiola.
Nem sei os motivos da separação, mas sei que os efeitos dela são ótimos.
Quando eu perguntei, há 200 anos, se era bom estar casada, ela me disse: "Casar é bom, mas ser solteira é melhor".
Imagine, uma moça como aquela, que me arrastava da cama em Porto Seguro, porque queria aproveitar cada minuto da viagem, que até reclamava de que eu "Só pensava em dormir" (sem notar, ao que parece, as incontáveis noites perdidas nas festas e na Passarela do Álcool e os dias socados na praia e na Axé Moi, em plena badalação), pense se uma pessoa dessas poderia ser feliz ao lado daquela múmia paralítica cenozóica?
Graças a Deus ela (nem ele) nunca lerão este blog, porque assim posso me desmanchar em sinceridades.
Volto à questão:a moça bonita, saudável, bem formada, com emprego estável e cheia de fogo no espírito, vai e casa - porque nos dias de hoje ninguém acha casamento, seguiu aquele raciocínio do Ultraje a Rigor: "preferiu a segurança/de uma vida certa/ ponderou que bom marido/não estava em oferta" - agora, bem feito, é mãe dela quem fica com bebê enquanto a gente sai. Em situações inevitáveis, o bebê vai junto. Paciência!
Encontrei, neste final de semana, meu grande amigo (não sou muito desses negócios de dizer melhor amigo, mas não posso negar que ele é mesmo meu grande e melhor amigo), há muito desaparecido.
Sabe como é: amigo está perto quando as coisas do coração não vão bem. Quando têm relacionamentos, vivem apenas para seus pares, anulam a humanidade, nem lembram dos amigos se estão em "lua-de-mel". E se são amigos verdadeiros, reconhecem isso. Assim foi.
Aí lá vou eu pagar conta e pegar fila no supermercado e encontro ele. Surpresa boa e bem-vinda! adoro ele.
Vem então a avaliação: poxa, meus amigos, parece até regra, mas eles, se a relação amorosa vai bem , o primeiro sintoma é ganharem peso. Tá lá a fartura de gordura e alguns desleixos próprios de quem já tem o que quer.
Não tem dois meses o fulano estava correndo e malahndo para perder peso. Ficou lindo, mais lindo aliás, com a barriga de tanquinho, saradão, todo tesudo...até voltar para ela e se dar ao desprezo.
Meus amigos gays se deixam convencer pelos seus companheiros de que estão "fofos", "cheiinhos" e outros termos para consolar baleias, achando que serão aceitos exatamente como são.
Ora, pois:o efeito contrário é verdadeiro. Mulheres, quando desprezadas, mudam logo o cabelo (vide Amarelo manga), cuidam do corpo, procuram se enfeitar - se para enganar a si, buscando novos efeitos na imagem que possam refletir na imagem interior que têm de si e, desta forma, curar feridas narcísicas, ou se o fazem porque querem estar atraentes para outras possibilidades, tanto faz!e se for só para provar ao ex "olha o que você perdeu", pouco importa. É bom cuidar de si.
A dor não precisa estar na cara, não precisa expressar a auto-comiseração. Meu amigo bem notou isso e assim que levou um kick, se cuidou. Contudo, de volta ao aconchego, está lá, gordura pura.
O ministério da louquética adverte: "Relacionamentos estáveis causam gordura localizada e dependência emocional"

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