Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Coisas da cama



Fui comprar um travesseiro hoje: dei uma grana bruta mesmo num travesseiro viscoelástico Duoflex Astronauta 16, com tecnologia da Nasa, cheio de frescuras.
Passei anos e anos perdendo o sono nas viagens noturnas para terras distantes, a fim de ganhar o pão e antes disso já colecionava olheiras nas ocorrências noturnas do Corpo de Bombeiros em meus tempos de militar.
Já perdi o sono por felicidade também, mas isso nem conta.
Dormir mal ou não dormir me fez valorizar o sono e ser exigente para dormir, por isso acho que dar R$ 50 ou 70 reais num travesseiro é um investimento em minha saúde e em meu bem-estar. Outrossim, um travesseiro comum dura mesmo dois anos e o meu tem dois anos de uso e de ácaros.
Gosto de chegar em casa e descansar a minha consciência num travesseiro bom, num colchão gostoso e, por causa do frio, num fofo e perfumado edredom. Há um trocadilho por aqui que diz que uma pessoa boa de cama é aquela que deita e dorme. Eu gosto de todos os prazeres do sono.
Minha amiga foi perguntar ao meu ex se eu era boa de cama. Para isso, não poupou palavras e perguntou diretamente: “Mara faz gostoso?”. Ele respondeu e riu, constrangido. E foi constrangido que ele me contou isso, acontecido há uns seis dias, mais ou menos.
Eu sei que a vida sexual das pessoas desperta curiosidade.
Também sei que pela minha natureza feminista, tem gente que pensa que eu faço misérias, que extrapolo todos os limites possíveis que a mais criativa das imaginações nem pode supor.
Todo mundo tem o direito de pensar o que quiser. Respeito muito a distância que existe entre o que eu digo e o que os outros entendem. Na verdade, não estou nem aí.
Contudo, em relação à minha amiga tem um porém: ela acha mesmo que eu , sendo tímida como sou, sou uma pessoa socialmente e outra no plano sexual.
Já contei aqui que já me confundiram com a personagem do Angeli, a Mara Tara, mas porque tinha a ver numas coisas bestas, relativamente inocentes.
Não gosto de misturar meus assuntos íntimos com a minha família, por exemplo: eu seria incapaz de beijar um namorado na frente do meu pai ou de qualquer outro familiar meu.
Não sustento olhares de flerte, sou cheia de protocolos em muitas coisas.
Ocorre que nestes finais de ano, nesses tempos de férias em que todo mundo dorme próximo na barraca de camping, na casa de praia, da casa da tia, a referida amiga chegou a observar o que eu estava fazendo com meu namorado, apesar de sermos discretos.
Viu e comentou comigo.
Ouvi os risos com parcimônia, mas fiquei pasma pelo fato de o menor suspiro não escapar às meninas. Vale dizer que eu estou falando é de Tella, minha amiga ninfomaníaca.
Num desses dias recentes ela veio até à minha casa e como eu estava na cozinha, num daqueles dias de inspiração gastronômica para macarrões e cheese-cakes, deixei-a na sala e joguei o controle remoto nas mãos dela.
Lá foi a bonita e acionou o canal 152 da Sky – para horror da irmã dela e para a minha surpresa.
Juntando uma coisa e outra, creio que ela concluiu que eu sou uma messalina, uma daquelas mulheres que fazem de tudo, conforme se diz por aí.
Acho tudo isso uma maluquice, ainda mais num estado de sexo performático, como é em nossa sociedade e que a mim não agrada.
Sinceramente, acho que sexo é aprendizado e descoberta e não tenho interesse em ser ignorante. Não tem mistério nisso. Assim, tem coisas que a gente acha que não vai gostar e acaba gostando, a depender do “professor” e da metodologia. Não sei dizer isso de outra maneira.
Tenho horror em pensar nas intimidades dos meus amigos: me dá uma bruta vergonha! E morro de vergonha por saber que Tella criou a curiosidade e que fez julgamentos a partir de situações particulares... Neste ínterim, há uma história que eu não posso contar aqui, mas que ao fim e ao cabo, foi apenas um equívoco interpretativo dela, no sentido de que ela julgou que foi preterida porque a pessoa teve razões impublicáveis para querer ficar comigo numa certa festa a que fomos há uns milênios atrás.
Bom, mas a única verdade é que sei escolher bons travesseiros. O resto é pura especulação!

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