Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Por trás das coisas diárias


Começo por dizer que tenho estado muito, muito ocupada.
Deixar de escrever aqui é como me furtar a uma faxina. E eu sou muito de fazer faxina, de lavar a roupa, de ordenar a casa e desalojar as aranhas que fazem conjuntos habitacionais no que é largado ao tempo. Não saio de casa com a pia cheia de pratos. Não chego em casa com uma mala cheia a ser largada no canto.
Também é este estranhamento: rodo por outras vias. Depois de mais de quatro anos circulando em meio a aridez e ao ressequido dos caminhos que me levavam bem mais longe para trabalhar, agora passo pelas cidades das águas, penso como Vanessa da Mata: "Nessa nossa estrada só terá belas praias e cachoeiras".
A estrada toda tem mirantes para que se possa contemplar a Península.
Ainda não parei nelas, não tomei o rumo de Itacaré, tão pertinho...Nem sequer saí do atracadouro para ir ao outro lado do cais...Não vou às praias badaladas onde se topa com celebridades televisivas... Mas na cidade em que trabalho, todo político tem uma casa de praia e os donos de bancos também têm.
Tem uma dicoteca de gente de Ibiza que toca um som análogo ao de lá: finalmente abriu nesta sexta, mas eu já estava destruida de sono após a aula e perdi a chance de acabar na nignt!
Tanto faz o mar ou o sertão: eu gosto é da minha casa.
Certo, a paisagem é linda. O tempo da viagem é menor. As coisas são diferentes. Mas eu gosto é de minha casa mesmo. E se não curto tanto as maravilhas que me estão à mão, é por pressa de voltar.
Até disse a ele, brincando com o pára-choque do caminhão: "Viajo porque preciso, volto porque te amo!", numa alegria brega gargalhada conjuntamente.
Também meu orientador veio aqui, a Feira de Santana.
Meu orientador é um puta orientador: gente fina, competente, humano, justo, inteligente... E de novo, lá vai ele para Portugal na noite de hoje. Aproveitando o ensejo de um evento por aqui, me presenteou com duas horas e meia de orientação para que eu não ficasse órfã nesta reta quase final de tese.
Deu um bruta cansaço! deu uma baita responsabilidade e a certeza de que não adianta insistir em ter como orientador alguém com quem não somos afinados: meu trabalho mudou com ele.
Então, cheguei num dia e viajei para outro lugar no dia seguinte. Mal curti o aniversário do meu par, porque eu tinha que ir a outra cidade de onde acabei de voltar.
Viajo demais e acho que ando com pouco saco para pensar em viajar por lazer, uma vez que só viajo por obrigação profissional. E não se iludam: não recebo remuneração proporcional aos meus esforços, aos meus trabalhos e às minhas viagens. Pelo contrário, tenho que gastar por conta, para custear as viagens e um dia, sabe-se lá quando, obter meu salário - tempo indefinido, imemorial, sei lá...
Bom, tenho assunto demais: dos amores alheios, dos segredos alheios, das idiotices que fiz, de alguns arrependimentos, de certas agonias, de erros absurdos já engatilhados, enfim, tanta coisa...
P.S.: Foto meramente ilustrativa (dizem que este bumbum pertence ao jogador da seleção do Chile, Roberto Careceda - o que há por trás do futebol, hein?

Nenhum comentário:

Postar um comentário