Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Gratidão


Às vezes a gente é meio inapto/inábil para agradecer aos amigos, mas não gosto de perder a oportunidade de dar a saber o quanto sou grata pelos amigos que tenho e pelo que meus amigos fazem por mim. É horrível ser negligente com os sentimentos e deixar passar a chance de dizer dos nossos afetos, carinhos, gratidões...
Faz um tempo que seguro um trocadilho infame com o nome do livro de um amigo meu cujo casamento acabou. Bate a maior síndrome de Rafinha Bastos dentro de mim e eu faço o cálculo moral entre perder o amigo e perder a piada...fico com o amigo, claro, porque é mais importante. Mas no fundo eu queria que ele pudesse rir de tudo.
Um dia eu me arrisco e digo a ele. Um dia em que ele beba e esteja alegre e que já não veja como perda o fim de um período de ditadura matrimonial... Tá bom, "É o estar-se preso por vontade", eu sei.
Mas cá estou eu pensando em quem devo agradecer na tese. Só vou agradecer a quem eu tenho gratidão. Não quero a formalidade de agradecer ao programa de Pós-graduação, que não me deu nada,a secretários, a gente que ensaiou me ajudar mas me deu um pontapé e desmanchou uma amizade minha, não quero nada disso. Porém, vou colocar nome e sobrenome daqueles a quem sou grata.
É preciso que a gratidão seja ostensiva porque sou assim na vida normal: agradeço muito a quem me ensinou o caminho até Xique-Xique (João Neto); a quem me mostrou outros caminhos (Marluce Santana, Ilmara Valois...), a quem me levou aos caminhos da Perdição (bom, neste caso, não posso publicar os nomes, mas então, C., E. e outras letras do alfabeto) a quem parou para conversar comigo quando eu estava perdida sem saber que caminho tomar (Osmando Brasileiro, por exemplo)e a quem me ensinou a olhar os perigos e riscos dos caminhos (Andréa Bethânia e Léo Bernardes por exemplo).
Declaro para os devidos fins que sou grata pelo pão, pela palavra, pelo carinho, pela reclamação, pelos tapas no ego, pelo senso de realidade, pela generosidade, por tantas coisas que quem me deu nem deve ter se dado conta de que me deu...
Mas essa coisa do agradecer é também um estímulo para seguir escrevendo. Ao contrário do que parece, a gente não escreve sozinho: ora arrola os fantasmas das teorias passadas, ora é acudido pela conversa com os amigos... ou somos agraciados com o afago subjetivo e outros acolhimentos nas horas de stress e de desespero... e aí nascem os parágrafos.
Mas eu vou deixar de lado os agradecimentos específicos porque ainda me faltam umas 25 páginas deste capítulo final, uma tantas de considerações finais - que, considerando bem, o que é que eu vou dizer?poderia ser apenas "The end"...
Não gosto de fogos nem de fumaça, por isso meu São João é aqui, quietinha, escondida em casa. Vou precisar mesmo deste tempo - e não é que acabei de pular uma fogueira?

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