Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 31 de julho de 2012

Eu, hein?! (V)


Eu não sei por que me mandam essas coisas por e-mail! Ah, tá, eu desconfio porque me mandam essas coisas por e-mail. E, querem saber? melhor assim!
Recentemente eu estava lembrando do dia em que João me perguntou se eu não tinha nenhum namorado normal, do tipo normal mesmo, mas não porque os que tive tenham sido loucos, mas cheios de fetiches.
"De perto, ninguém é normal", já repetia Caetano Veloso em sua Vaca Profana. De longe, pior ainda.
Mas João estava me perguntando isso porque me flagrou com um presente diferente que eu havia ganhado do meu então namorado. Outrossim, andei me traindo no discurso e abrindo o precedente a respeito de práticas sádicas. Não que eu seja sádica, mas estava querendo me habituar àquele namorado que gostava de chicotadas e de palmadas dadas com sandálias Havaianas. Ah, ele adorava um subjugo!
Descobri, por esta época, a linha tênua que separa o prazer da dor. Muitas vezes a linha era ultrapassada,se misturava... E daí, se estava bom para ambas as partes? mas não gosto de ninguém me batendo, não!
No domingo à noite os lindíssimos olhos cor de violeta resolveram me ligar. Ele não me ligaria se não fossem os fetiches. Destes, não posso falar. Mas, pelo menos passam por uma base comum da exigência de saltos, meia arrastão e uma verdadeira aula de canto para obter gemidos eufônicos. Poxa, que vergonha! nem sei como eu disse isso. Paro por aqui1
E do louco que correu atrás de mim, na UNICAMP, para contemplar meu salto e a partir do qual muitos outros advieram em São Paulo e em Salvador, pelo mesmo fetiche, acabei colocando no rol das coisas admissíveis. Não deixo, contudo, de estranhar que estando eu quietinha, vestida da cabeça aos pés (ah, o problema são os pés!), a atravessar salas de aula na UNICAMP, ruas ou passarelas em Salvador, alguém vá lá me interpelar sobre saltos e fetiches, apesar do que, os fetichistas não saem pulando sobre a presa inadvertidamente: antes fazem o cercame, argumentam, e quando já estamos em segurança, vem a confissão.
Pelo menos com o Felipe entendi que o fetiche não é por um sapato de salto e acabou: fosse assim, lamberiam vitrine de sapatos! eles gostam do sapato "vestido" (não necessariamente se aplicaria dizer "calçados", neste caso) por uma mulher. Presumo que, neste plano, a mulher seja o acessório, pois lembro muito bem que me falaram da cadência do meu andar. Tem um ritmo no andar que complementa o fetiche.
Mas, realmente, não me lembro dos que ficaram na normalidade das coisas. E adoro os fetichistas, alguns deles, porque ampliam a noção de sexo, não ficam circunscritos a um jogo genital previsível,presumo sem nenhum conhecimento de causa, como bem cabe afirmar em contextos hipócritas para salvaguarda da moral e dos bons costumes. ah, se isso for fetiche, gosto de música para companhar os rituais da intimidade. E de tranquilidade - nada de sobressaltos, correrias, esconde-esconde.
Mas quando recebi esta tirinha aqui da imagem, lembrei da história que eu repito, sobre a Praia do Papagente, na Praia do Forte.
Olha, depois dali da Praia do Forte e Imbassaí tem uma praia de nudismo. Nunca me apeteceu isso de estar nua numa praia nem em lugares públicos, embora tenha umas pessoas de bem que são minhas amigas, frequentam esse blog e aproveitaram uma oportunidade na Praia de Tambaba, numa época de Congressos, para ir exibir as carnes desnudas por lá e que, na minha cara, me chama de indecente. Pela proximidade das coisas, achava eu que no Papagente rolava algum canibalismo sexual, coisa do gênero. E amarguei a decepção de descobrir que o Papagente é assim chamado porque a praia devora as pessoas, afoga o povo com buracos surpresa sob as ondas.
Eis que falo nos remanescentes escassos da Tribo Papachana, índios heterossexuais cujo nome já diz tudo. Juntando uma coisa com a outra...
E meu eterno queixume de que só restam índios Aquidaoânus, que só servem para amizade e ainda concorrem às mesmas presas que nós, mulheres heterossexuais...Oh, mundo tão desigual!!!

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