Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 12 de março de 2013

Pares parecidos


Estou convencida de que não poderia ter escolhido uma metáfora melhor para tratar de uma questão neurótica minha a não ser a imagem de um muro. Decerto, do muro só restaram poucos tijolinhos. E para quem não é frequentador de consultório de psicanálise, vale dizer que ser neurótico é ser normal - ou seja, o normal não existe da maneira como a gente pensa, no sentido de supostamente se referir a pessoas que não têm nenhum problema psicanalítico, que estão isentos das conformações psíquicas. Estes, não existem.
Mas, dizia eu que a metáfora é adequada porque estou me sentindo um pedreiro: todo santo dia desta semana tenho acordado às seis horas da manhã para cumprir o que me cabe da parte de retirar os escombros e poucos tijolinhos do meu muro particular.
Não apenas odeio acordar cedo como também não funciono bem: meu raciocínio fica entrecortado, minha atenção se dilui em bocejos de sono, tudo fica lento e difícil e o sono me acompanha o dia inteiro. Nem preciso dizer da minha indisposição - indisposição que me impede o exercicio físico que gosto e preciso;o corpo mole se mantém sempre numa preguiça cansada. Contudo, se entro lá às oito da manhã, saio meio-dia e quinze, almoço perto e venho para casa, o serviço doméstico me espera e eu o cumpro.
Não consegui estudar porque após a segunda página do livro, o sono me domina.
Mas, vou fazer um aparte para contar que o meu amigo que não queria ser apenas amigo me ligou hoje à tarde para dizer das boas novidades dele, que eu muito comemoro: a Universidade Federal ligou para ele, comunicando que o convocaria para este próximo semestre, que começa em abril. Fiquei feliz, comemorei, conversei, pulei na alegria cúmplice de quem se felicita pelo outro.
Não bastasse isso, ele aproveitou para me contar que uma aluna dele, da outra universidade, ao término da aula de sexta, correu atrás dele no estacionamento com um bilhete em que se declarava e, não bastasse isso, disse na cara dele que nas últimas semanas tinha se arrumado um pouco mais só para tentar chamar-lhe a atenção - até aí, beleza: sorte no amor também.
Depois de uns segundo ele disse: "Você precisa ver: ela é toda você! só muda que é mais 'cheinha'!".
Não sei o que pensar disso, apesar de saber o que penso da observação dele: é que também meus namorados são todos em série, todos iguais, com duas exceções somente.Afinal, foi ela quem o procurou, donde não há porque considerá-lo um serial lover...
Recuperado o bem-estar da amizade, melhor cuidar para não estragar as coisas. Mas fica aí a interessante ocorrência da semelhança dado pelo acaso...

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