Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 22 de abril de 2013

So far away in sofá!


Até que me adapto bem à solidão. Gosto de estar só. Não gosto é de estar só todo tempo... Creio que tenho receio em dizer que gosto de companhias de fim de semana. Parece ortodoxo dizer isso, parece metódico também, como se houvesse dia e hora para as coisas, para as pessoas.
Neste sábado fui mesmo ao show da 80 na pista. Fui acompanhada, com a pessoa errada, porque afinal era sábado, chovia e eu estava a fim.
Antes, porém, meu Deus do Céu, que esforço eu fiz para o Zé Bonitinho entender que eu queria ficar sozinha em minha casa, à tarde. O cara passou dos limites: me ligou na hora do almoço, eu disse que estava almoçando, ele perguntou o que eu estava comendo, ele se ofereceu para vir almoçar comigo, ele ignorou meu desejo de ficar sozinha e quando finalmente eu disse "Não venha!Eu não quero!", foi necessário reforçar e dizer que eu estava de má vontade. Traduzindo: "Porra, moleque, se toca!eu não quero ver você, eu não te quero em minha casa, eu não estou a fim, eu nunca estive, vê se vai para o inferno e fica por lá!". Eu não disse conforme a tradução, mas acho que deu para traduzir, né? e olha que minha indignação e falta de paciência é tamanha que eu sequer usei aquela marquinha que eu uso nos textos para camuflar os palavrões ou o que eu realmente quero dizer, isto é, "Porra, Caramba, moleque!" - recurso de censura sonsa e inútil que eu uso por aqui porque sei que tem um bando de gente certinha, vigilante da moral, dos bons costumes e do politicamente correto que lê esta porra este blog.
Voltando à questão, eu não ando a fim de papo furado com gente previsível  e suas respostas prontas. Para quê convidar que não vai à festa? para quê esperar por quem não vai chegar? para quê perder tempo com expectativas que não irão se cumprir? Por isso, peguei minha companhia pela mão, fui à festa e lá encontrei Suzane, já reatada com o pilantra cafajeste traidor. Acrescento que aquela loira fica tão feliz quando o whisky entra, que paro por aqui qualquer comentário sobre a péssima decisão da moça.
Olha que coisa revoltante: chovia, teve pouco público e, excepcionalmente, só porque eu estava acompanhada, "It's raining man!". É, choveu homem! Parece que soltaram todos os heterossexuais de Feira de Santana na noite do sábado. E eu, claro, levei a marmita para o banquete surpresa. Fiquei lá, olhando o emo oferecido se esfregando em mim na hora da dança, todo fofinho, branquinho, gostosinho, com cabelinho do Beatles e etc., mas olhei, desejei e fiquei quietinha.
Nunca na história da República apareceu homem heterossexual livre nas festas da banda 80 na pista. Takiupariu!!! Tinha um idiota lindo, cheio de álcool  e felicidade, sozinho e à procura.
Lembrei de minha Amiga Mais que Irmã, quando dizia: "pelo menos agora o povo sabe que a gente não é sapatão!", porque a gente nunca namorava na festa, quando a gente ia ao extinto Santana, no Rio vermelho, assistir ao Beatles in Senna e The Cents. Como a gente não pega qualquer coisa (pior para mim que além de não pegar qualquer coisa, só pego quem me pega!), era comum ficar sozinhas. E nestes tempos pós-modernos em que todo mundo é alternativo e pansexual, era bem capaz de acharem que a gente era do babado.
Vim, vi e voltei para casa na madrugada e tomei o cuidado de desligar meu telefone durante a manhã de domingo, para dormir o sono dos justos. Dormi e fui feliz. Aproveitei a companhia da pessoa errada porque era a coisa mais certa a fazer. Ponto final.
Não telefonei para ninguém. Já imagino os contatos chatos, a necessidade de mentir para manter as amizades, porque afinal, quem aguenta  a verdade? E a verdade é que ando de saco cheio de má vontade, de corpo mole, de enrolação, de planejamentos sem ação efetiva, de esperar, de desentendimentos, de gente sempre certa, de contar centavos, da banca dos que eventualmente fazem a gentileza de dar a carona da volta e se acham os salvadores do mundo, como se consumisse um litro de gasolina - graças a Deus baixou por aqui o preço! - a cortesia... Ah, que saco! E os papos delirantes com gente que não admite os erros nem enganos próprios...Ah, me cansei disso. E quando me canso, fico em silêncio.
Gosto de Micareta, devo ir me divertir sexta, sábado e domingo, me perder pelos barracões da UEFS e ponto final!Não pego carona na caretice, não. E sei fazer a festa!
Não tenho o menor constrangimento de fazer como os Los Hermanos e sair no Bloco do eu sozinho: Companhia pode ser opção nossa.
Como hipocrisia não é meu sobrenome, aproveitei a companhia errada, amassei, abracei, beijei na festa, arrastei para o meu sofá e matei minhas carências...
E como gosto de música e de instituir trilhas sonoras, a deste sábado foi a cara bem flashback, be retrô de Hurts to be in love:


More and more
Your kiss is like a half opened door
I can't get in
You stop me just before I begin

And it hurts to be in love
When you never ever get enough
Oh it hurts to be in love

This endless urge
Keeps my body right on the verge
We touch and then
I wanna do it all over again

And it hurts to be in love
When you only want me half as much
I tell you it hurts to be in love

I'm always worried you think I'm pushing
too hard
Oh baby it hurts me when you tell me I'm going
to far
We touch and then
I wanna do it all over again
And it hurts to be in love
When you only want me half as much
I tell you it hurts to be in love
It hurts
Baby it hurts



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