Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ah, bruta flor do querer!


Eu critico os amigos que têm algum mal entendido com outro amigo, ou uma desconfiança, ou uma mágoa, enfim, mas que camuflam o que sentem, ocupando-se de dar indiretas, de injetar veneninhos, de fazer birrinhas idiotas...tudo, menos a conversa franca e a admissão de que se sente ofendido por isso ou por aquilo.
Olhando na minha própria pele, eu sei o quanto é difícil transpor esta barreira, dizer claramente tudo!
Estou mesmo desconsertada por ter que dizer a ele, àquele que eu julgo um amigo, com todas as palavras: eu gosto de você como amigo.
Aprende, menino: "Amor sem sexo é amizade!".
Tive que dizer: desculpa, não tenho interesses sexuais por você.
Tive que dizer as coisas que ferem ao ego masculino, repetir as palavras anteriormente ignoradas e dizer que tanto faz o nome do meu namorado, ficante, HDM ou seja lá o que for: estar só nunca abrirá uma vaga para ele na minha cama.
Penso no outro monstro que crio, porque dei meu número a quem não me interessa.
E se ele for um desses? desses, que não entendem que a gente tem escolhas e que essas escolhas nem sempre vão coincidir com as vontades do outro?
Putz, eu deveria ter mentido o número...que saco!
Tem alguma coisa muito impulsiva e irresponsável nisso de ceder o número do telefone para quem eu não quero manter contato.
Ou, talvez, eu tenha introjetado que sou uma baita de uma mal agradecida.
Eu não sou, não.
Eu sou insatisfeita mesmo, isso sim.
Não gosto das coisas eternas, de nada eterno, de nada que se prolongue demais. Acho que tudo tem um certo prazo de validade e que raras são as coisas que podem ser revalidadas, a amizade, por exemplo, é uma dessas exceções.
Não quero ficar 30 anos num emprego.
Não quero um casamento de 25 anos.
Não quero uma vida longa...
Não sou megalomaníaca a este ponto, não.
Deixa tudo ser perecível, é normal.
Mas eu sei lá por que é que eu não gosto de ninguém.
Agora, sim, como estou sendo conquistada, como a situação tem sido diferente do habitual, talvez algo mude.
Uma coisa é querer um namorado, uma companhia, outra coisa é gostar realmente das pessoas a ponto de fazê-las ocupar esta posição.
Agora, pode ter certeza, meu coração está bem ferido porque eu tive que ferir ao meu amigo - que, pelo jeito, só aprende na base da pancada.
Para as mulheres, Lei Maria da Penha; Para homens emburrecidos, Lei Maria da Peia. É, só na peia e na porrada, porque as palavras leves não surtem efeito.
Eu é que cansei da agressão cotidiana de ter que fabricar os namorados imaginários para afugentar a ele e às investidas dele. Isso gera um cansaço!
Quem foi que inventou que quando as mulheres dizem não, estão querendo dizer o oposto? será que alguns homens não têm noção do que é ser desejado e do que é ser INdesejado? eu é que não queria ter que estar falando disso, escrevendo isso, pensando na dureza do que eu escrevi...ainda mais para ele, com aquele ego maior que um prédio de 15 andares. Ih, quando desmorona, é um problema, é muito escombro.
"Oh, meu amigo, meu herói/Oh, como dói!"

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