Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Crônicas cariocas, parte III


Nesta quarta-feira, dia 04 de agosto, fomos explorar o Rio, ver escolas de samba e sambródromo e, claro, visitar Petrópolis.
Antes, é claro, jogamos a toalha e caimos fora do Hotel Carioca, apesar dos prejuizos.
Registro que acordamos assustadas - eu muito irada! - porque havia uma tropa fazendo sua corrrida de alvorada e cantarolando em grupo aqueles refrões assustadores da "faca na caveira" e isso espantou meu sono!
Uns têm café filosóficos, outros têm cafés literários e nós tivemos Café Tina, vulgo, Café com putas!
Mudamos para o Monte Castelo, que fica na Glória. Glória a Deus e aleluia!mais barato, mais confortável e sem putas, travestis e ladrões pela porta.
Ainda não sei o que há de maravilhoso na Cidade Maravilhosa! a pobreza S.A. é a mesma da Bahia, com seus barrancos, suas casinholas, seus morros...talvez as maravilhas dos Rio sejam uma construção dos Nordestinos maravilhados com a vida urbana ou daqueles outros nossos amigos exibicionistas que querem dar a entender que só viajam para lugares maravilhosos, têm férias maravilhosas, essas exibicionices de gente gabola e megalomaníaca - eu, não vi nada!
Escolas de samba, que grande coisa: quadras e barracões.
A apoteose parece um estádio de futebol pela metade ou, sei lá, mutilado.
Algumas favelinhas são organizadas, no sentido de terem suas casinhas padronizadas em formato e em cor.
Lembrei daquele meu poeta misantropo e pessimista sobre quem eu escrevi no mestrado. Dizia ele:
Em Moscou
Como em Nova York
Todos têm cu.
Oh, yeah, my brother, tudo a mesma mer..., está explícito!
Tem parte do Rio que você fica pasmo com a familiaridade da paisagem urbana, tudo igual e tudo sempre, entendem?
Mas Petrópolis, não!
Petrópolis é uma coisa! ah, deslumbrante! ah, me derreto em elogios: cidade linda, cheia de homens lindos, de gente educada, putz, qualquer palavra será pouco!
Faz um frio de tremer os ossos em Petrópolis.
Ok, o povo vive da memória colonial e do louvor aos testículos do Imperador - oh, sim, Petrópolis= cidade de Pedro.
A gente sobe uma serra "zangada", beira de precipício ao estilo Vale do Jequiriçá (ou é Jiquiriçá, povo? esqueci!), é neblina para todo lado, neblina espessa que parece neve, temperatura de 12,13,14 graus em que não se vê nada!
Mas a cidade é ótima!
Não se iludam: os tais preços fantásticos da Rua Tereza são uma ilusão, viu? você encontra uma ou outra peça a preço bom, mas se comparado a certas peças vendidas por aí, você lucra uns 50%, mas é que as peças boas não custarão menos que 50 ou 80 reais. Não se vendem peças de linha a preços módicos - isso é folclore, coisa de muito tempo atrás, que já não se aplica à atualidade.
O Museu Imperial é mesmo lindo, mas eu não vou ficar falando de museu para quem lê Canclini, não é? visitei tudo que pude!
Caimos no comércio local, compramos várias coisas, pensamos, com temor, na volta: se escurecesse, o bicho ia pegar, haja vista aquelas condições climáticas.
Um dos raros momentos em que fiquei basbaque com os homens: ah, quantos gatos!nem parecia o Rio de Janeiro!
Vi uns cinco homens bonitos no Rio, em toda a minha temporada - excetuando as celebridades, porque o Bruno Gagliasso é lindo mesmo conforme a televisão mostra e até o antipático do Taumaturgo Ferreira é menos feio do que a TV revela, mas esta é uma outra história, um outro capítulo.
Voltamos tarde para o Rio, saimos para comer e não localizamos nada de bom na programação noturna da quarta-feira que nos fizesse declinar do sono para sair.
Eu é que me decepcionei com o decadente Circo Voador - é, ilusão!
Lembrei que na tarde da quinta-feira seria minha apresentação no JALLA e resolvi ficar quietinha por ali mesmo.
A Rua do hotel é a rua do Club 117, uma famosa sauna gay: poxa,as Barbies que trabalham lá são musculosos, altos, limpinhos...aí as bibas da clientela, bibinhas idosas e endinheiradas, perdem a cabeça...se fosse para mulheres, eu perderia a cabeça e a vergonha também.
(Be continued)

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