Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O doce veneno da vingança


Um dos melhores sabores que já experimentei na minha vida foi o da vingança.
Ah, que condimento! que delícia!como é bom sentir este gosto, tanto do prazer em si do ato de se vingar quanto dos efeitos da revanche.
E eu pude, malévola e estrategicamente dar o troco e ainda ficar com uns bons lucros , porque além de devolver aquilo que recebi, esfreguei todos os resultados contra a pessoa - então, no sentido pedagógico, cumpri minha parte.
Não vamos reduzir tudo isso a um reles "tá vendo aí" nem a um "olha como eu me senti". Não, passou muito disso.
O que temo é ser injusta ao devolver o troco.
O normal é que gente como eu, que guarda as mágoas da ferida e todo dia olha para as cicatrizes, exagere na devolutiva. Sim, eu já devolvi tapas bem mais fortes do que o que eu recebi, mas este não, foi na medida certa.
Falei disso com a analista, consciente dos cerceamentos morais e cristãos pelos quais eu passaria, mas não me contive: ri de prazer, admiti o prazer que eu sentia pela minha vingança, o bem-estar que eu estava experimentando, tudo eu admiti.
Ela leu no contexto e considerou que tudo me fez muito bem!
Hum, os jacarés choram pelo prazer de devorar a vítima e todo oprimido sonha em dar o troco, sonha com a dança das cadeiras, com a mudança das posições...ah, que bom ter te puxado para o lado que eu queria, conduzir e te dar a impressão de que você conduzia, jogar com os seus lados mais suscetíveis e te dar de presente o que você tanto quis...presente de grego, seu bobo!
Como deve ser, cubra-se com o anonimato.
Agora que estamos quites, que ninguém deve nada a ninguém, agora que os exercícios de ódio estão suspensos e extintos, enfim, a paz!

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