Quando eu contei
para a minha amiga que ele me colocou contra a parede e me perguntou: “O que eu
sou para você?”, expliquei que fiquei sem chão e sem ação, sem saber o que
dizer. Hoje eu sei como os homens se sentem ante um ritual de castração deste
tipo – minha analista já havia me prevenido que os homens não sabem responder
certas perguntas, que diante delas, eles se castram, se fecham, ficam tontos.
Fiquei tonta.
Ele me apertou,
argumentou e só depois de uns dois dias eu lembrei que ele chegou a dizer: “Vamos,
diga o que eu quero ouvir!”. Eu só dizia: “Eu não sei, eu não sei, eu não sei”...E
ele desceu argumentos, réplicas e tréplicas, traçou rotas e lógicas e desaguou
na conclusão.
Minha amiga me
explicou: “Bastava você responder com a mesma pergunta, tipo, ‘ e o que eu sou
para você?’.
Pois é. Os homens
respondem perguntas com a mesma pergunta. E eu, experiente, segura e PhD em complicações
masculinas, me deixei vencer.
Não pude dar respostas
educadas, nem ser inadvertidamente sincera. Mas eu não sabia mesmo o que dizer.
Ele foi corajoso,
disse que gostava de mim, que sentia a minha falta, que me queria por perto
sempre e blábláblá. E finalmente, hoje, tivemos nosso primeiro ‘quebra-pau’
amoroso, devido à minha falta de paciência... Ou foi por ciúmes não assumidos
de ambas as partes.
Pisei na bola primeiro. Entendo que quando a gente erra, procura desculpas para si mesmo, para se justificar e se perdoar... Não sei se ele sabe que eu escorreguei. Deve saber: andou indagando sobre um carro em minha casa (juro, não sei de nada, deve ter sido do vizinho, que pegou a sombra das árvores daqui), o que revela que se não estamos juntos, se eu digo onde estou, ele me rastreia. É, no dia em que eu disse que iria para o bar, ele foi lá, apareceu às duas da manhã...
Se eu desligo o telefone para dormir,ele pergunta, suspeita...eu também suspeito. Mas no fundo acho engraçado. Acho engraçado esta geração que tem que esconder o que se e se travestir de modernos, fingir que não tem ciúmes, que não quer compromisso, que é tudo liberal...
Mas sou muito impaciente. Não se isso vai à frente. Sou impaciente, inclusive, comigo mesma. Deixa estar!
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