Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 25 de julho de 2013

No meu tempo




A vida não está fácil para ninguém. É que nunca foi fácil mesmo, mas há períodos em que tudo se agrava, tudo se dificulta. Ando cansada, ocupada, preocupada... E um pouco sufocada porque nunca mais tive lazer e sou daquelas pessoas que acham que os sábados são os últimos momentos do resto de nossas vidas, isto é, não se pode ficar em casa numa noite de sábado a menos que se esteja morto.
Mas estou morta: de cansaço. Para piorar, a minha banda local preferida nunca mais tocou em lugar nenhum. E todo sábado tem chovido – se bem que não sou de açúcar, se a festa for boa, enfrento o toró e sigo em frente.
Para piorar o que já está pior, herdei semestres atrasados e saldos de greves que eu nunca fiz e das quais jamais me beneficiei. E todo mundo só quer reposição, todo mundo só quer cumprimento de calendários, de carga horária, seja como for, a que preço for. E eu só sei que ando cansada.
Gosto de dar aulas no Baixo Sul: mas Itacaré é só chuva, Maraú é só chuva e lama e a estrada específica de acesso aos municípios não é como a BA 001, tão boa de transitar. Lá é um rally!
Abro meus e-mails de manhã, no maior medo de broncas de chefes, não que eu tenha feito nada errado, mas as pressões que recebemos para atravessar o tempo e obedecer a exigências de cronogramas é ocorrência de toda hora. Mas li o e-mail já esperado e temido: finalmente enxergaram que eu sou um ser humano e preciso de pausa.
Eis o tipo de coisa que me faz respirar aliviada: prudência e justiça. Difícil é lidar com gente irredutível, intransigente, tendenciosa e mau caráter. O resto, a gente negocia.
É tão bom se livrar de um trabalho que está dando trabalho além da conta. Adoto aquelas máximas de para-choque de caminhão: Não gosto quando o trabalho não dá prazer, nem quando o prazer dá trabalho.
Falando em e-mail, vou ali bisbilhotar o e-mail que recebi de C. Aposto que é cheio de pretextos acadêmicos e comerciais – ontem, quando eu voltava da universidade, vi o nome dele num outdoor...Pode ter a ver...O que se pode esperar de um leonino, senão que exiba a juba ao sol, aos olhos da plateia?
Faz tempo que a gente não se vê...

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