A
vida não está fácil para ninguém. É que nunca foi fácil mesmo, mas há períodos
em que tudo se agrava, tudo se dificulta. Ando cansada, ocupada, preocupada...
E um pouco sufocada porque nunca mais tive lazer e sou daquelas pessoas que
acham que os sábados são os últimos momentos do resto de nossas vidas, isto é, não
se pode ficar em casa numa noite de sábado a menos que se esteja morto.
Mas
estou morta: de cansaço. Para piorar, a minha banda local preferida nunca mais
tocou em lugar nenhum. E todo sábado tem chovido – se bem que não sou de
açúcar, se a festa for boa, enfrento o toró e sigo em frente.
Para
piorar o que já está pior, herdei semestres atrasados e saldos de greves que eu
nunca fiz e das quais jamais me beneficiei. E todo mundo só quer reposição,
todo mundo só quer cumprimento de calendários, de carga horária, seja como
for, a que preço for. E eu só sei que ando cansada.
Gosto
de dar aulas no Baixo Sul: mas Itacaré é só chuva, Maraú é só chuva e lama e a
estrada específica de acesso aos municípios não é como a BA 001, tão boa de
transitar. Lá é um rally!
Abro
meus e-mails de manhã, no maior medo de broncas de chefes, não que eu tenha
feito nada errado, mas as pressões que recebemos para atravessar o tempo e obedecer
a exigências de cronogramas é ocorrência de toda hora. Mas li o e-mail já
esperado e temido: finalmente enxergaram que eu sou um ser humano e preciso de
pausa.
Eis
o tipo de coisa que me faz respirar aliviada: prudência e justiça. Difícil é
lidar com gente irredutível, intransigente, tendenciosa e mau caráter. O resto,
a gente negocia.
É
tão bom se livrar de um trabalho que está dando trabalho além da conta. Adoto
aquelas máximas de para-choque de caminhão: Não gosto quando o trabalho não dá
prazer, nem quando o prazer dá trabalho.
Falando
em e-mail, vou ali bisbilhotar o e-mail que recebi de C. Aposto que é cheio de pretextos
acadêmicos e comerciais – ontem, quando eu voltava da universidade, vi o nome
dele num outdoor...Pode ter a ver...O
que se pode esperar de um leonino, senão que exiba a juba ao sol, aos olhos da plateia?
Faz
tempo que a gente não se vê...
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