Louquética

Incontinência verbal

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Vivendo e aprendendo...


Sendo bastante sincera, passei parte de minhas férias decifrando editais, junto com os meus amigos.
Passei em algumas fases de concursos verdadeiramente milionários, daqueles que revolucionariam a vida de qualquer pessoa tanto quanto ganhar na loteria, embora tenha morrido na praia no tocante ao desempenho global, no final da etapa seguinte: não se pode ser bom, não basta estudar demais; é preciso ser excelente e estudar além da conta, neste caso específico.
Meus amigos e suas ambições pessoais mais voltadas para os mestrados e doutorados e, pontualmente, para a carreira acadêmica, no transcorrer do tempo foram sendo aprovados numas fases, perdendo em outras, vencendo todas e tendo as difíceis escolhas para fazer, como um dia eu também tive que fazer... Trocamos umas angústias por outras, mas ainda assim não deixamos de viver nossas alegrias. Um dos meus amigos ainda está em processo seletivo e, com isso, minha casa se manteve cheia, com uma boa circulação de meus amigos.
Nesta sexta-feira senti falta deles. Acho que me acostumei com gente aqui no almoço, no jantar, com gente dormindo em minha casa, com tremedeiras, temores e ansiedades de todos eles. Meus amigos são homens, alguns do sexo masculino; outros não: e eu adoro a diversidade.
Gosto das brincadeiras e gosto das simulações de provas e de aulas que eles fazem, me constituindo como membro da banca avaliadora; trocando informações e palavras-chave que os ajudem a deslindar o texto a ser escrito ou o eixo da retórica que eles vão traçar na aula pública.
Minha ex-amiga me mandou um e-mail coletivo: deve estar em apuros, se sentindo sozinha ou necessitando de alguém para que ela exercite o seu sagrado egoísmo. Até aqui, fiz cara de paisagem, mas vou devolver a gentileza porque dentre os atos deseducados que alguém pode cometer, deixar de responder é o ponto máximo. Eu nunca deixaria de responder a um cumprimento, a uma saudação, a um torpedo SMS, a um e-mail ou ao que quer que fosse. É o cúmulo da estupidez fazer isso.
Contudo, se a gente tem o que fazer, parece um ato igualmente estúpido, mas a verdade é que sobra pouco tempo livre e o tempo que temos não queremos gastar com quem nos é desimportante. Desde 15 de novembro do ano passado nós não nos falamos, e com justa razão e justa causa. Assim, preferi uma distância segura daquele ser humano a quem nunca mais vou chamar de amiga. Isso faz parte de minha sinceridade. Não teria uma amizade completa com quem eu perdi o afeto, o respeito e a confiança.
Também saí muito por conta de trabalhos e atividades afins e a praia acabou se resumindo a umas poucas semanas em janeiro. Se o tempo melhorar – o sol está intermitente – vou comemorar o fim do horário de verão, que acaba hoje, em Guarajuba, a partir desta quarta-feira. Hoje, para dar início às comemoração, devo ir ao Botekim, assistir a um show de quatro bandas de rock de lugares diferentes do Brasil e das quais eu nunca ouvi falar. Vou correr o risco, porque pode ser uma baita de uma porcaria, mas estou a fim de ir.
Voltando à pauta dessas coisas que a gente estuda, seja para tese ou para concurso e etc., já comentei que certas vezes chegamos a conclusões que não constavam de nossos objetivos. Eu acho isso bom. Acho que estudar uma coisa e aprender outra é um prazer e é sublime. Acabei de ver uma coisa lindíssima que não tem nada a ver com meus objetivos: é que tem uma parte da teoria de Paulo Freire em que ele discorre sobre Amor-Desamor e coloca o amor como uma tarefa do sujeito. A seguir ele desmente a máxima de que o amor nada espera e afirma que o amor espera retribuição, sim, pois que é uma “intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam.” E complementa dizendo que não há amor imposto. Poxa!!! A gente vai estudar Pedagogia e aprende muito sobre a vida. Minha ignorância se derrete diante disso, embasbacada: as coisas mais simples, a teoria mais simplória é ao mesmo tempo a mais complexa e completa explicação que a gente custa a aprender.

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