Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pais nossos


Close your eyes
Have no fear
The monster's gone
He's on the run and your daddy's here
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Out on the ocean sailing away
I can hardly wait
To see you come of age
But I guess we'll both just have to be patient
'Cause it's a long way to go
A hard row to hoe
Yes it's a long way to go
But in the meantime

Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you're busy making other plans

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Darling, darling, darling
Darling Sean


Esta é uma das músicas mais bonitas que o John Lennon fez.
Talvez a beleza venha da simplicidade da forma que ele encontrou de dizer ao filho que está ao lado dele; que não é preciso ter medo; que ele lhe dará segurança... Mas de toda boa letra fica sempre uma parte mais forte que nos parece a mais significativa. Não obstante, acho que todo mundo fragmenta esta letra para poder dizer que a vida é o que acontece enquanto você está ocupado em fazer outros planos, conforme o verso de Lennon.
Acho amor de pai uma coisa linda.
Acho que amor de pai abre uma possibilidade de os homens finalmente terem liberdade para amar. E digo com o maior orgulho que o meu primo Nanno é um excelente pai, amoroso, presente, atencioso, um exemplo dos melhores do que deve ser um pai. E ele é feliz por ser pai.
A declaração de amor de John por Sean Lennon é também dolorosa porque ele diz "Mal posso esperar você crescer/Mas acho que precisamos ser pacientes/porque ainda temos um longo caminho pela frente..." e sabemos que este pai foi assassinado. Uma pena, quando a realidade literalmente assassina a arte, desmente a letra da música.
Nesta semana que passou, o meu pai me deu um palhaço. Não sei o que deu nele...
Talvez ele queira encontrar a menina que eu fui e que muito diz do quanto ele também foi novo - ele, que anda em crise com a consciência, com a existência e com a idade...
Na Páscoa passada ele me deu um coelho lilás. Gosto de coelhos. Nunca tive um palhaço, não entendo de palhaço...
Metaforicamente penso que meu pai pode estar achando minha vida meio sem graça. Sei lá.
Sei é que de vez em quando tem me dado umas agonias, coisa de inventar pretextos para ir embora daqui no próximo semestre... E isso é para fugir da monotonia.
Sou eu quem digo (repito) que nossa vida muda quando a gente muda a vida da gente... Se nada muda, eu me mudo - deve ser assim dentro de mim, inconscientemente. Ah, não vou pensar nisso: vou ouvir o John Lennon!

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