Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Coisas bem brega


Pode vir me contar das coisas que
Pensei conhecer em ti
Não sei bem se fui eu que me enganei
Ou foi você que me iludiu

Pois, não pense que isso vai ficar assim
Meu batom vermelho vai me enfeitar
Não preciso do espelho do retrovisor pra não borrar

Pois, neste minuto sei tão bem do espaço que ocupo
Meu amor, tudo tem seu lugar


Quem canta esta música (Retrovisor) é a Céu, na maior pegada falsamente brega ou inovadoramente brega.
Amor e vingança são coisas brega, não é? acho que eu não tenho a menor elegância emocional e dou muita risada disso!
Dou risada de algumas gafes afetivas que cometo, mas ainda estou me sentindo mal porque nesta última sexta-feira eu fui triplamente desmascarada, se é que se pode dizer assim: eu alego que não tenho ninguém porque, de fato, não tenho namorado.
A verdade verdadeira dos fatos é que eu gosto de alguém que atualmente mora em outro Estado, temos uma relação à distância muito mal resolvida para a qual a solução e as decisões foram postergadas para julho deste ano.
No mais, sou sozinha.
Solteira e sozinha. Logo, livre.
Não significa, porém, que de vez em quando eu não tenha companhia.
Entretanto, não gosto que ninguem saiba quem é quem, quem é o quê, porque não me sinto confortável com gente ocupando função e lugar em minha vida.
Então, fica assim: tenho parentes e tenho amigos. Fora deste eixo, não uso classificações.
Então, na sexta, antes da formatura ( e do mal-estar prévio de ter que encontrar com Ângela na festa de minhas amigas, num rolo muito louco que me colocou na história dela à minha revelia... sendo que gosto de Ângela e do pivô do meu mal-estar), lá vou eu acompanhada andando pelo shopping.
Numa distância de uns 06 metros estava Thales...
Fiz cara de paisagem, propus ao meu acompanhante entrar na loja de departamentos ( mas, pá, eu nem conseguia inventar o que eu tinha a fazer ali) e ele argumentou do almoço, do horário...
Pensei numa amiga minha e de João Neto, a Elipaula, que costumava falar que certos homens tinham síndrome de Leão da Montanha, aquele personagem de desenho animado de Hanna-Barbera que, diante do perigo, gritava: "Saída pela esquerda", correndo na direção oposta ao perigo.
Passei paralela a Thales,olhando vitrines sem nada ver, numa saia justa absurda e, sim, com uma sensação horrorosa de o estar traindo...
Quando eu finalmente acabei o almoço, passei na palhoça do sorvete e comecei a conversar amenidades com meu acompanhante, julgando que Thales já estivesse de volta ao consultório dele ou a Marte - e eu, boba, fazendo trocadinhos eróticos com a toca dos Coelhinhos do shopping - pluft! dei de cara com Thales e tive que dizer um " Olá, tudo bem?" que me lançou diretamente à fogueira do Inferno.
Meu acompanhante começou por comentar como "ele" era alto. Depois associou os olhos cor de violeta à pessoa e me perguntou se aquele lá era Thales. Confirmei. Veio a crise. A minha crise!
E tudo foi tripalmente qualificado porque o terceiro delito é que eu disse há três dias não poder ir ao consultório dele porque eu estaria ocupada, certamente viajando...
Do plano de vista objetivo é isso: não sou namorada de nenhum dos dois.
Isso em nada diminui meu constrangimento, porque sei que eles se comparam, que se avaliam, que fazem cálculos morais a meu respeito e que se magoam. Eu nunca desafiaria o ego de um homem ( "E te farei, vaidoso, supor que és o maior e que me possuis", eis um verso que eu adoto)!
Ninguém vai lembrar que por aqueles olhos cor de violeta eu quase me desintegro, que eu perdi a cabeça, que eu saí do sério e que ele, sim, tem " o dom de iludir" com aquela beleza hipnotizante.
Depois do flagrante eu só desejo que me apareça um bom advogado de defesa, mas previamente eu já sei a minha sentença.
P.S.: A quem interessar possa, fui à formatura sozinha, só vi Ângela no final da festa e conversei muito para atualizar os três anos sem a turma reunida. O pivô do desconforto continua interessante.
P.S.: Esta é uma obra de ficção. Chega!

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