Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ah, se eu pudesse! (II)



"Não sei como isso foi acontecer!", era o que eu gostaria de dizer, como bem cabe dizer em qualquer situação clichê em que a gente comete aquela mancada, mancada que leva o dedão do pé junto. É, mancada, pancada, topada, tropeço, tudo dá na mesma na hora dos acidentes de percurso - a queda e/ou os estragos dão no mesmo.
Tá, mas não sei como isso foi acontecer: segundo alegação do meu orientador - e posterior comprovação dos meus olhos -, a primeira parte do meu novo capítulo está em dissonância qualitativa com a segunda. Traduzindo: comecei fazendo tudo certo e terminei cometendo mancadas.
Se sei exatamente o que é um mau aluno, significa que sei o que é ser o oposto. Portanto, também sei que tipo de aluna eu sou: CDF. CDF graças a Deus, que eu nunca seria feliz sendo fútil, sendo uma representante da Lei do Menor Esforço e do CTRL+V/CTRL+C, uma associada dos "Amigos do Google". Aí, se meus brios de aluna são atingidos, fico murcha e infeliz.
Mas, enfim, o estrago não era grande, era caso de desatenção com as citações do livro brasileiro.
Fiquei pensando, então, se isso também não é porque a balança se desequilibrou e pendeu para um maior apreço meu à literatura portuguesa. Será? meus erros foram crassos...
Então concluí, desse bafafá todo, de minha dupla função de professora e de aluna, que melhor seria se professor usasse um taxímetro.
Na tal da era da Informação, poderíamos ser objetivos e dar respostas prontas, conceituais, diretas, sem análise, sem circunstâncias, sem entorno, sem elos associativos.
Desde que atuamos fora da universidade é assim: o que se espera é um monte de informação que seja útil no vestibular. Daí que ninguém quer Conhecimento, quer apenas Informação....Bem, posso abrir um balcão de informações.
Ah, se eu pudesse!
E faria como o motorista ai da imagem, deixando tudo a preços módicos...
Resolveria até o problema de frequência e quem sabe abriria um call center para informações de minhas disciplinas...
Penso como o Cosme Fernandes, de Terra Papagalli, ao citar um suposto provérbio que diz que "Aos que os deuses odeiam, tornam-no professor!". E tive pena do meu orientador, a quem torturei com umas páginas mal escritas.

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