Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Para iluminar as tardes sombrias


"Transformar o tédio em melodia", transformar pedra em ouro, "Santo Antônio, que a pena que me aflige hoje se transforme em alegria", diz a trezena... transformar o ruim em bom... "Há males que vêm para o Bem"... Enfim, a gente gosta mesmo de fantasiar, de distorcer a realidade para favorecer a sobrevivência. E como eu queria saber fazer mágica!
Mas o tempo, que não tem grandes truques, transforma as coisas: transforma o novo em velho; o jovem em idoso; o verde no maduro; o imaturo em mais imaturo, o irresponsável em mais irresponsável, porque transformar não implica sempre em ocasionar mudanças substanciais.
Já vi cachorro velho aprender truque novo e já vi pau que nasceu torto jamais se endireitar. Por isso, ainda me pergunto se as nossas escolhas determinam quem somos. Sou inclinada a pensar que sim - salvo, é claro, quando os adultos decidem por nós ou em raríssimas exceções do mesmo gênero, em que não temos autonomia. Mas sempre se pode fugir de casa.
Apesar de tudo, às vezes esperamos que as coisas mudem radicalmente.
O tempo que desgasta é o mesmo tempo que aglutina experiências que traz maturidade...
O tempo que gera saudades é o mesmo tempo que nos faz esquecer. E quando esquecemos alguém isso significa a anulação daquela pessoa, que já não exerce efeito de saudade, de amor, de bem querer, de amizade.
Acho que a grande inimiga do tempo é a esperança: ela desafia o provável, ela se impõe, ela persiste mesmo quando sabe que não triunfará. Acho que ao lado da paciência, que tanto me faz falta, está a esperança. São interdependentes, mas eu não tenho um bom estoque de nenhuma das duas.
Também acredito que é necessário ter coragem para viver sem elas.
Esperança, para mim, é a irmã gêmea da ilusão. Ah, quem não precisa de ilusão? uma ilusãozinha pequena, que atenue uma dor, que ajude a dormir, que dê a "esperança" de um dia melhor... Talvez por isso eu tenha alimentado carinho pelos homens que me iludiram um pouquinho, que me fizeram sonhar - mentira é outra coisa, é comprometimento moral no meio das coisas, mas "pequenas porções de ilusão" ajudam a seguir em frente.
E quando acaba, a gente sempre sabe que foi apenas um sonho.
Por falar em sonho, andei sonhando com o Gabriel Braga Nunes - sonhos deliciosos para a carne e para o espírito, o que muito contraria o que penso do ator na vida real, já que não foram pequenos os escândalos com o nome dele e uns travestis há uns anos. Mas na ilusão do sonho, tudo pode acontecer.
Quantas vezes, mesmo sabendo que "o cinema é só ilusão", como cantou Lobão, eu fui assistir alguma bobagem que me comovesse? quantas vezes juntei as amigas da escola para ver Tom Cruiser em Trovão Azul e Top Gun, quando a gente só tinha mesmo ilusão pré-adolescente na cabeça?
Mas o que eu queria mesmo nesta sexta-feira era encontrar uma lâmpada maravilhosa e poder fazer três pedidos.
Bom, isso é ilusão.
O que eu posso encontrar é a lâmpada maravilhosa da boate The House e fazer três pedidos num fast-food, para dividir com as amigas, já que hoje é aniversário de uma delas... Que pena a realidade! Mas a noite ainda pode ser mágica ( e genial, apesar da chuva!)

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