Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Anatomia

Acho que incorporei muito a educação cristã católica que, para o lugar de gênero, designa uma postura resignada para as mulheres. Então, até brinco de postar imagens de homens nus aqui no blog. Mas a verdade, já que comecei a falar de verdade na outra postagem, é que gosto do corpo do homem.
Gosto, gosto da diferença que tem em relação ao meu corpo e gosto do corpo masculino como ele é: adoro a nuca, acho bonita, acho sensual olhar bem de perto nuca e dorso. Costas de homens são coisas muito bonitas – e muitos dirão que se o homem for bonito, tudo é bonito, é lógico.
Gosto de cabelos: adoro tocar cabelos, bagunçar, acariciar... o que me faz deduzir que estou falando de um certo tipo de homem ou do meu tipo preferido de homem, que é bem cuidado, que tem certos caracteres, que tem um cheiro bom e clássico de perfume discreto, tipo perfumes Armani ou algo mais forte e característico como qualquer Ralph Lauren ou um excelente e nacionalíssimo Galbi ou a simplicidade de um Ted Lapidus.
Cabelo solto, lavado, que tenha cheiro de xampu. Mas deve ter as mulheres que gostam dos sujinhos, daqueles de barba enrolada, cabelos empoeirados e dedos cheirando a cigarro – tem gosto para tudo na vida, cada um com suas preferências. Esta não é a minha.
Gosto mesmo do corpo do homem, muito além da parte genital que geralmente a gente brinca de dizer que é a parte que realmente interessa, mas na verdade só o conjunto interessa e uma coisa sem a outra desequilibra o contexto. Eu reparo em unhas (prefito as bem cuidadas, curstas, limpas), gosto de mínimas espinhas e muitas sardas (ah, não sei por que, é fetiche), odeio pelos e pele ressecada, eu adoro narizes, detesto asperezas (hidrate-se, boy!) e sou fã de bíceps, de braços definidos – porque adoro abraços. E acho que pouca coisa na vida tem o poder hipnotizador que uma mão masculina firme pode ter: Mãos firmes, de toque leve, que transmitam calor e segurança quando segurar as minhas mãos.
Gosto também de olhos: olhos de violeta, hipnotizadores, como os de Thales; olhos de dengo, como os de C., olhos de choro, como os de Ninno; olhos espertos e safados, como os de L; e olhos doces como um amparo, como os de Valério.
Toda essa anatomia descrita nada tem a ver com as coisas em si, mas aos significados agregados quando há personificação, porque tem uns sujeitos bonitos cuja beleza é neutra como um pedaço de isopor, não despertam nada. Sensualidade é isso que desperta nossos sentidos e nossas sensações, só de olhar – o deleite dos olhos, do tato, do olfato e o presumível sabor que a gente nem experimenta, mas só em olhar cochicha com a amiga ao lado: “Gostoso!”.

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