Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Erros que dão certo

Não desafio mais a minha imensa e surpreendente capacidade de fazer besteiras: fiz o que eu não devia, isto é, me mandei para a festa no sábado. O problema foi sair da festa às quatro da manhã, acordar sem ter dormido às oito e viajar para fazer concurso em seguida.
A grana esta nos últimos suspiros. Minha amiga estava dura também, de modo que não compramos uma água mineral sem antes consultar o oráculo financeiro, traçar rotas de gastos e desistir de qualquer coisa que não fosse o estritamente cabível no orçamento. Bom, até que não foi tão vexatório. Mas conto é a outra parte da história que deve, portanto, começar pelo clichê: “Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento”: adágio popular para falar das incompatibilidades entre essência e aparência.
Eu era louca para conhecer o Johnnie Club. Putz, desde que aquilo se chamava San Domingo eu era louca para ir.
Para completar a ânsia, todo mundo que já foi fala bem: dizem que é sofisticado, organizado, bonito, espaçoso, cocococó e blábláblá em favor do lugar. Endossadas por tais opiniões de fontes irrefutáveis, fomos nós para lá, ver, é claro, a 80 na pista.
Ai, ai, Johnnie! O Johnnie mais parece um galpão de terceira categoria, com um chão mais sujo do que ficha de político e estruturalmente deixa a desejar. De zero a dez, eu daria um seis, com bastante benevolência. Mas o serviço, tudo bem, os garçons são ágeis e prestativos. De cardápio, uma droga: nenhuma variedade, nem para o básico, e os preços são extorsivos, ridículos.
A Banda que tocou primeiro me decepcionou, não vou nem citar o nome, mas eu recomendaria para tocar em casamentos de inimigos ou em velórios. E aí, quando a banda certa entrou em cena, era tarde demais. Foi a primeira vez em que sai do recinto antes da banda, antes do show acabar.
Saí de lá dançando pela Rua São Domingos, até o carro, só de brincadeira: era que meu pé estava doendo, esfolado do salto alto e do atrito na dança, e as sandálias estavam no carro. Minha amiga riu dessas palhacices, mas o saldo foi que viajei de tênis no dia seguinte porque foi a opção suportável.
Em retribuição à colaboração da amiga, fui dormir na casa dela: odeio dormir fora de casa, mas fizemos o pacto e eu fui cumprir minha parte. Afinal, eu sabia que não dormiria mesmo!
Engraçado como quando tudo tem que dar certo, dá mesmo: mesmo atrasada, porque fico lenta de manhã e pior ainda se não dormir, cheguei à FACED no horário, peguei todos os transportes no horário e tudo deu certo, de tal modo que nem a chuva anunciada se concretizou.
Aí, então, na hora da prova eu estava delirando de sono! Cumpri minha parte e dei no pé e dormi em paz até meu orientador me acordar às oito da madrugada desta segunda-feira. E eu quase caio da cama com tanta coisa para fazer: é, o pesadelo continua! Aliás, o pesadelo começa quando eu acordo – mas, enfim, este é outro capítulo. Ah, nem me falem mais em capítulo! Nossa!

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