Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Crise de neurônios

Se a vida é uma constante aprendizagem,fui reprovada! E pobre de mim, que não aprendo nada!
Hoje eu até reconheci, depois de um tempo, a razão das minhas amigas: Poxa, como eu sou esquentadinha!ninguém me venha com conversa de inteligência emocional, porque eu sou toda instintos, toda coice! Não dá para tomar uma pisada no ego, sofrer traição e educadamente contar até dez. Não! eu fico irada, eu praguejo, eu xingo, eu bato, eu ameaço, eu quero matar!
Tudo a ver, querida tia astróloga: ariano bate com a cabeça na parede, insiste, não sabe desistir.
Falando nesta tia, ao criticar minha outra tia há um tempo, vi que ela falou que os cancerianos são "unha-de-fome". Eu achava que era tudo perseguição, briga de irmãs, coisa de inveja, raiva...Aí fui fazendo as contas: Ora, minha tia astróloga está certa!
E daí? melhor ser um canceriano pão-duro a um ariano que faz burrices instintivas.
Quem comanda Áries é a cabeça. O ariano se move pelo intelecto, mas daí que se o intelecto falha, lá vem nossa pior porção animal.
E para procrastinar decisões? vish, a gente releva, adia, leva um ano, leva dois, mas depois não há mais retrocesso. A palavra de um ariano, a definitiva, não retrocede.
Sei que as meninas tiveram razão, hoje.
Está bem que eu sou marrenta e dou marradas na parede. Mas admito meus erros, minhas falhas.
Leninha, com sua calma, me segura, enrola para eu não sair nervosa porque sabe que eu não tenho freios. Ela sabe que há outras respostas, que há outras formas de revidar...E eu esbravejo contra o sangue-de-barata dela, contra aquela sapiência e comedimento. Ah, santa Temperança, Batman!
Hoje eu insisti da maneira mais burra possível, antegozando o sabor da vingança: ia soprar areia nos olhos de quem cegou meus sonhos. Muita, muita areia.
Leninha me fez ver que tenho outros recursos.
Fiquei mais de uma hora à espreita de detonar a bomba e explodir o campo inimigo.
Sou ressentida: sinto de novo. Não esqueço uma só mágoa ou injustiça sofrida. Gravo muito bem a cara dos meus inimigos, dos algozes disfarçados que um dia eu tomei como amigos e recebi a facada nas costas.
No amor, pior ainda:não esqueço uma só mágoa. Passa um ano, dois, três, uma década...ignoro a pessoa, sigo em frente, mas - tal ocorreu recentemente - jogo tudo na cara, pisoteio quem me derrubou e se der tempo, uma vingança cai bem.
Mas sou boazinha: nunca fiz mal a quem me deixa me paz.
Nunca fiz mal a ninguém, na verdade: mas quem não se regozija ante a queda do inimigo que lhe atirou ao fundo do poço? E por que devolver a mágoa sofrida é feio? Até constitucionalmente todo mundo tem "direito de resposta à altura do agravamento."
As injustiças sofridas não podem ficar impunes, eis o que eu penso.

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