Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Amor em estado crítico


Eu olho para o tempo e penso mesmo que ele não é nada em relação ao que sobrou de mim após aquele Grande Amor.
E tudo pode ser bonito,como dizem; e dizem que valeu a pena, e eu digo que não consigo, até hoje, avaliar nada, pensar direito em nada porque de tudo o que eu era não sobrou nem pó.
Eu acordava porque tinha que acordar e vivia cada dia porque assim é que tem que ser e reagia porque senão um surto depressivo poderia me dominar...mas eu vi que não percebi os anos de 2007, nem 2008 e quase nada de 2009. E quem sabe o que é stress pós-traumático sabe muito bem porque estou tão tendente a terminar minha relação incipiente.
O risco da dor é que domina meu superego, ele aprendeu.
Quando eu vi, C já tinha mais importância do que devia, já era como o post transcrito abaixo, um caso infantilizado de amor incauto...e agora meu ciúme acordou e rumina ao lado do dele. Agora eu entendo todas as mulheres verdadeiramentes ciumentas, papel que raramente experimentei.
Até a minha colega se transvestiu de mim, em assombrosa semelhança, e foi lá, tentar um pouco da atenção dele. E o dia inteiro, todos os dias, será isso, serão estas perturbações, serei eu com medo de que , de novo, tudo passe, a relação acabe, e os sentimentos continuem.
Boba, traço planos, pensando em Magna, quando ela colocou um Oceano de distância em relação àquele a quem ela amava , só para não desintegrar...e contabilizo as viagens dele e as minhas, e nossos horários, e minhas negligências, porque ele não sabe porque eu nunca estou na platéia, porque não fui ao evento...Ora, C., porque não aguento tantas mulheres à sua volta, porque tenho ódios constantes contra esse assédio todo e como elas avançam em você, porque uma hora você cede e eu vou experimentar uma tortura absurda.
Fico pensando que eu não quero me desintegrar, também...eu nunca fui feliz no amor, a história sempre acaba mal para mim, o preço é sempre alto...e eu acabei de me levantar de uma relação, nem respirei ainda, nem experimentei a recuperação, o repouso, a convalescença.
E hoje eu gosto dele, amanhã eu amo. E aí? Todos os dias nós construimos histórias, nós trocamos intimidades, nós trilhamos caminhos iguais, juntos ou paralelos, mas de um certo modo, um visualiza o o outro...se caio das nuvens, não há UTI que me acuda!
Não quero ter coragem, quero me manter íntegra, sem arranhões, sem dores...já não pe covardia somente, é medo da dor, é saber que não há anestesia, é saber que dependerei do tempo, se tudo der errado entre nós...tenho vontade de sair, de tomar outra estrada menos arriscada, pelo menos por agora.
Mas, pense em mim como a pessoa que eu sou: em meus ombros ainda há poeira dos restos e dos escombros do edifício da paixão, ainda arrebetam em minha testa as escoriações, eu ainda olho para os hematomas, para cada ferida, eu nem sei andar erguida, direito, depois que a paixão me atropelou - e a dor vem numa música, vem numa coisa qualquer de lembrança, na ameaça da repetição e em tristes dejavù...
Mas é muito difícil renunciar aos desejos, ao que faz tão bem, ao que nos deixa felizes...que preço tem tudo isso!

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