Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Like a child


Mais um lindo lugar comum:diante dos amores qualquer ser humano fica abobalhado, regride à infância, infantiliza as atitudes,raciocina em tatibitate, se embevece, muda, faz jogos, põe e recebe apelidos ridículos, alimenta sonhos bobos,se torna ansioso e até perde a noção do ridículo.
Nos últimos dias aconteceram muitas coisas - quisera eu ter tempo para escrever sobre tudo, para dar risadas e parabéns, para dividir com as amigas as novidades mais quentes - que eu costumo anunciar ao telefone: "apareça aqui, porque eu tenho mais novidades do que sacoleira do Paraguai".
Sábado eu saí para dançar, enquanto eu posso, claro!e vi meu lindíssimo Rodrigo Jatobá anunciando que aquela era a última festa dele enquanto solteiro.
Poxa, eu sou mesmo ruim de leitura de mãos - nunca sei o que a aliança indica. Acho que porque, para mim, tanto faz se a aliança está na mão direita ou na esquerda, o fato é que a pessoa já elegeu alguém e resolveu carregar o símbolo indicativo dessa escolha.
Bem, não foi lá a grande festa que costuma ser, porque estava o ambiente estava cheio de mulheres e o repertório não foi tão bom quanto da outra vez. Quem brilhou foi o DJ: arrasou na playlist!
Fui ao encontro das outras colegas que inacreditavelmente resolveram ir, especialmente Meggy, que é chegada na birita e não dá a mínima para dançar. Só sei que elas se juntaram em 05 para poder ganhar roskas, smirnoff ices e outros paparicos que a Groove dá aos grupos de cada 05 mulheres.
Eu encaro a vida sem álcool, sem barbitúricos, sem tarja-preta e sem apoios de gurus - poxa, tudo é tão difícil assim, de cara limpa!
A vida sem cerveja limita muito minha rede de relacionamentos sociais. E eu costumo dar risada disso, ao invés de lastimar.
Curti, dancei, não reclamo.
Agora que não me sinto exatamente solteira,procurei ficar quietinha e, também, evitei precisar de remédios que não existem, como o Semancol e o Chá de Sumiço de que precisei da outra vez - assim, na hora da besta, acatei a companhia do rapaz apenas na pista de dança e dei-lhe um "olé" na hora do beijo. Ia dar em ressaca moral!
Aí é que está: a festa é legal, se C. estivesse comigo eu nem curtiria tanto, mas eu preferia estar com ele. Ainda mais ali, eu cheia de saudades dele( há vários dias que ele estava em Brasília).
Voltando à questão da infantilidade que o amor traz, embora eu não o ame (tenho que ser sincera), gosto dele o suficiente para não reclamar de me sentir, de novo, na quinta série: ele leva bombons para mim, eu dou a ele um livro de poesia.
Ele cuida de mim, eu o defendo.
Formamos grupos compostos apenas por nós dois.
Somos discretos e trocamos códigos e mensagens bobas, fazemos brincadeiras bobas, temos comportamentos bobos e parece que não há a menor pressa em crescer.
Por ele ser uma pessoa conhecida, fico na retaguarda, cuidando do anonimato, porque não quero ninguém se metendo.
Estou adorando estar com ele - não quero descobrir o lado ruim que ele possa ter, não quero gente invejosa se ocupando em jogar areia nos meus sonhos, especialmente aquelas pessoas que adoram tudo que é dos outros.
Falando nisso, quem de nós não conhece os seres humanos do mal, aqueles que fazem campanha contra os outros, que não têm escrúpulos nas armas que usam para destruir seus desafetos, aqueles que ridicularizam os aspectos físico de alguém, que jogam baixo,que humilham e passam por cima de qualquer um para ter o que querem, para parecer melhor que os outros?
Desses, eu quero distância!
Pessoas deste tipo não precisam de convite para ingressar em nossas vidas: elas especulam, elas lateralizam as perguntas e as mensagens acerca de nossas vidas, de modo a atravessar as barreiras da intimidade e da privacidade.
Este tipo de gente cristaliza uma imagem de quem eles elegem para atingir. E como os relacionamentos acontecem em rede ( meu inimigo conhece um amigo meu que, por sua vez, conhece outro amigo...), a tendência é que o grande público acredite na imagem traçada, porque "fontes seguras" chamaram a esta de maluca, àquela de desequilibrada, ao outro, de burro, a um terceiro, de interesseiro e é assim que as coisas se encadeiam. Duvido que alguém queira tirar a limpo, dar uma chance de contradizer à fama adquirida através desse tipo de propaganda do mal.
Esse povo tem um excelente marketing pessoal, porque são muiiiiiiiiiito confiáveis, prudentes, conciliadores, acima de qualquer suspeita.
Ah, Deus me livre desse povo!
E acho que não é só isso: é uma vontade de estar a sós, de viver uma relação a dois.
E já que tem que ter trilha sonora, vai um Chico César (ui, que ironia!que coincidência!bem, esta deixa é só para os iniciados, os da confraria...):

Como esta noite findará?
E o sol então rebrilhará?
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor?
Será que vela como eu?
Será que chama como eu?
Será que pergunta por mim?
Onde estará o meu amor?

Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Onde estará o meu amor?

Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor?

P.S.: Esta é uma obra de ficção e nada disso existe na vida real - lorotas, crianças, apenas lorotas ficcionalizadas.

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