Louquética

Incontinência verbal

domingo, 7 de novembro de 2010

Os Encontros de Sábado à Noite


Estou com um cansaço Kingsize, resultado de duas noites sem dormir: a primeira devido ao trabalho e a de ontem devido ao vício de ir à Groove em dia de Beatlemania.
Que noite boa! que festa boa!
Eu poderia dizer que a festa foi boa pelo repertório da banda, pelos numerosos gatos lindos e heterossexuais que estavam lá, pela paz de poder dançar sem aquelas superlotações que antecedem os feriados e por não ter que aguentar nenhum parabéns. Contudo, fiquei feliz e achei a festa excelente porque encontrei Manoela e Rosana por lá.
Isso é dizer pouco: encontrei Manoela recém separada, com todo aquele fogo no espírito que só as mulheres que saem da gaiola podem ter. Poxa, ela estava radiante!
Devo parecer um monstro que comemora as separações das amigas, oxalá querendo recobrar antigas companhias de festas, campings, viagens e pegações...Bom, aí é que está: solteiras nós temos festas, campings, viagens e pegações - e isso faz uma falta!
Quando estas meninas resolvem casar é pelo encanto da proposta recebida: ser pedida em casamento é ser a Escolhida.
Imagina-se que o cara quer algo sério, que ele será sério, protetor, provedor, companheiro e, além disso,a possibilidade de não passar privações sexuais é bem maior com o casamento. Assim pensamos, em maioria.
O tempo passa, poucos dos aspectos bons se confirmam.
Aí dá nisso: uma se separa e vem me convidar para ir a Morro de São Paulo,Porto Seguro e etc.
A outra, em pleno folguedo de separação me conta que saiu da tumba há quase dois meses, se acaba de whisky, toda feliz, observa os gatos, faz piadas e ainda me dá a dica: temos que ir juntas àquela boate lá da Graça! Menina, a pegação rola é lá.
E me conta que andou namorando rapazes mais novos e tem se arrependido de dar o número errado do telefone.
Curtimos a noite para caramba!
No final da festa, perto das duas e meia da madruga, Rosana descola um adolescente bêbado, bonitinho.
Os amigos dele se candidatam:Manoela pega um após rejeitar outro.
Por incrível que ME pareça, encontro um argentino desinteressante, mas educadíssimo. Ao mesmo tempo, não sei se ele era desinteressante ou se eu estava em crise de consciência porque gosto de C - para onde isso vai me levar, meu Deus? só penso nele, todo tempo o tempo todo...e tenho saudades das mãos dele, dos olhos, dos cabelos, da voz...melhor nem pensar de novo!
Começamos a noite falando dos Lobo Maus, de como gostamos deles - ora, quem diria: Manoela disse isso!disse repetindo uma conversa nossa lá no Rio de Janeiro.
Como mulheres juntas perdem a noção entre si, ficamos ao longo da noite dizendo pornografias que faríamos com o vocalista e com o baixista.
Ironicamente, o baixista é baixinho, mas é iguaria desejada pela minha colega de disciplina no doutorado que estava lá ontem e em outra oportunidade. As outras meninas que estão comigo vibram por ele.
Digo que prefiro o vocalista, Rodrigo, e fico mostrando que ele canta fazendo carinha de orgasmo. Rimos como boas cafajestes e ficamos dizendo que faríamos misérias com ele na horizontal.
Erotizamos o suór dele: ele todo lindo e quentinho, aparentemente limpinho e suado, temperando nossa imaginação sobre sussurros e posições ao som dos Beatles.
Rimos cúmplices, rimos de felicidade instantânea e etérea, rimos porque esta foi uma coincidência maravilhosa e uma resposta silenciosa que Manoela me deu, já que eu nunca mais chamei nenhuma das meninas, nem ela, claro, para sair devido ao fato de ter cansado da mesma resposta negativa.
Rimos porque digo que queria ir na Groove no dia do show de Davi Morais, mesmo só conhecendo uma música, porque eu só iria porque ele é gostoso, não estou nem aí para a música que ele canta, se é que canta! (tá bom, canta e canta bem porque eu já ouvi e vi)
Comentamos, porque fui a última a saber, que nossa amiga Léa resolveu voltar com o ex super gente ruim (é aquele que faz ela se sentir um lixo mesmo sendo ela linda e jovem), aquele que faz chatagem emocional e a escraviza psicologicamente, por questões fianceiras e administrativas.
Queríamos que ela estivesse conosco.
Entendemos que ela tem vergonha de nós por ter retrocedido, cedido, enfim.
Digo que vou embora e, enquanto espero meu táxi na frente da boate, vejo os caras que estavam com as meninas lá.
Enquanto esperam por elas tentam armar os que ficaram sem ninguém e fazem e falam cafajestices ridículas: anus beborum non dominus habet, diria em latim apócrifo, mas se **de bêbado não tem dono, lá estão os 04 patetas de graça, em promoção, tentando descolar mulheres de qualquer espécie, desde que respirem, né?
Penso em latim apócrifo: Mulieribus lascadus ests!(tradução apócrifa e sem noção: as mulheres estão lascadas!)
Volto esbagaçada para dormir, com os pés estourando de dodóis.
No banho me afogo, porque penso que dormi sob a água - ou puseram coisas naquele meu suco de laranja? descrevendo um zigue-zague capoto no colchão...
Acordo às seis.
Acordo às seis e meia.
Acordo às sete.
Acordo às sete e meia e excomungo a humanidade, o barulho, os burburinhos, cada carro que passa fazendo barulho. Desisto de dormir e com uma cara de Medusa vou tomar banho.
Volto para Feira e a vida continua !(rapaz, e continua com um zumbido desgraçado que parecem grilos cricrilando no meu juízo: hora do suco de cenoura, é o suco do arrependimento).

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