Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Emancipação: está em nossas mãos!


Eu sei lá o que é que se entende por aí sobre emancipação das mulheres, mas eu sei que isso está bem longe de nós.
Quando eu tinha 18 anos tive uma oportunidade de ir ficar um tempo trabalhando em Pescara, na Itália. Na verdade, a oportunidade era toda pré-fabricada porque Lívia estava lá, trabalhando numa rádio e eu estava de saco cheio da vida, da presença de minha madrasta em minha vida, quando não mais em minha casa e, no mais minha vida tinha uns altos e baixos que eu não sabia administrar. Poxa, ser jovem é uma maravilha, mas não tenho a menor saudade de ter 18 anos. Fisicamente nem é tão legal assim, porque a gente distorce a própria imagem,s e acha sem graça; ou se acha o máximo em físico e o mínimo em sabedoria...
Bem, mas aí lá vou eu tirar o passaporte quando o povo da Polinter me diz que eu não posso ir a lugar algum sem autorização dos meus pais, salvo se eu fosse emancipada.
EU, maior de idade, não poderia dar um passo para fora do Brasil sem a assinatura do meu pai e de minha mãe...ora, quem pode com isso?
Aí fui entender, junto com Simone, que emancipada era a mulher que fosse casada ou que tivesse concluído o Ensino Superior - e quem conclui esse negócio antes dos 21 anos? a maioridade plena no Brasil é aos 21. Pronto! Lascou. Ou Lascaux, como diria Joaquim!
Se eu tivesse uma imagem dessa aí do post, na época, eu teria feito umas misérias na Polinter...
Hoje, especialmente, quebrei o pau em família por causa dessas questões: eu tenho dor-de-cotovelo, eu tenho o maior ressentimento pela falta de liberdade sexual das mulheres.
Ah, gente, não é que a gente não possa ter vida sexual, mas é o desequilíbrio na balança e nos cálculos morais que me incomodam.
Aí estavam os três babacas cafajestes, a saber,o meu primo,o meu ex (Ex-Terminador do Futuro!)e o primo dele com umas fotos do tempo em que o meu ex não era ex( sei lá, isso deve ter uns três anos),todos enroscados numa única prostituta, coisa de uma farra de sexta-feira de rapazes solteiros e outros nem tanto.
Aí os três pilantras tinham ido ali na Estrada do Aeroporto, num prostíbulo. Mas não era prostíbulo, era brega mesmo - o que equivale à mesma coisa sem o glamour da retórica - entraram, sentaram, pediram uma cerveja, e a moça veio oferecer seus préstimos.
A moça não era tão moça, o que em nada altera a história nem o apetite dos predadores sexuais, só sei que hoje eles ainda exaltam a disponibilidade dela, que topou tudo e ainda fez promoção. Olha só, a moça fez o combo: Sexo para três, individual (cada na sua vez)+ sala VIP+ qualquer posição sexual+ qualquer modalidade sexual por um preço abaixo de 50 reais. Só faltou incluir a batata frita por mais R$ 3,90! o McLanche Sexual Feliz saiu no capricho!
Olha que maravilha!
Os brutos se fartaram, tiraram fotos, se divertiram e até hoje lembram felizes e orgulhosos da aventura.
Pronto! morro de dor-de-cotovelo. Não só não tenho uma história assim para contar, como também não posso pegar o carro, encher de amigas, jogar uma grana no balcão e pedir um moço de reconhecida competência sexual para que a gente se divirta.
O comércio sexual é para os homens e para os homossexuais do sexo masculino. Meninos de programa só pegam homens...
Mas se eu fosse, se tivesse uma história assim para contar, eu nunca poderia contar sem a certeza de que seria chamada pelos mais terríveis e aviltantes adjetivos. A emancipação nunca aconteceu. As mulheres continuam vigiadas (especialmente umas pelas outras),nada se fez em favor da igualdade,que é só de deveres e não de direitos e quando eu digo isso em família, isto é, entre os primos, né? que um assunto desse na sala de jantar e minha tia e meu pai me excomungam ou chamam um exorcista...isso sem contar se a mesa de jantar fosse lá em São Paulo, onde a parte mais conservadora, retrógrada e caretona de minha família se encontra - vejam: fui criada por eles e com eles!kkk!!!bem feito! não deu certo comigo, uhuuuu!
Mas, está aí a tal da emancipação: mera conversinha para acalmar nossas TPM políticas.
Uma dia teremos a despedida de solteira que sonhamos e merecemos!
E justo hoje que é sexta-feira eu fico aqui remoendo o fato de que não ha um prostíbulo para servir às mulheres...que vida injusta!

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