Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Devaneios de veraneios


Tem dias em que tudo falta, mas nada faz falta: antagônico isso de estar bem apesar do que nos falta... já me aconteceu o contrário, também, de ter tudo e sentir falta sei lá do que, uma falta não identificada, mas uma falta. Se for questão de serotonina, se for questão humor, se for questão de sorte, seja lá qual for a explicação, tudo vai bem, ainda bem!
Com ou sem feriados a vida continua. Apesar das festividades, não encontro condescendência para dar uma trégua nas obrigações e assim é que meu orientador me deseja um feliz ano novo e diz para eu não esquecer o que falta na tese.
Para a minha sorte, gosto de estudar. Acho que faz parte das férias ler sem pressa, degustar as coisas que leio. Parar e reler, procurar entender, traçar paralelos e cadeias associativas; parar de ler, brincar com o gato e voltar a ler...sem o peso das obrigações com prazo fixo, apesar de não deixar de existir a obrigação, no sentido moral. Aliás, devo dizer que melhor seria substituir o termo obrigação por responsabilidade.
Devo desaparecer a partir deste final de semana, contrariando minhas obrigações morais e aproveitando o que eu posso do recesso verdadeiro. O reveillon vai nesse meio, mas ele é só o começo. Quero mesmo uma primeira semana de 2012 “Longe de qualquer problema/perto de um final feliz”, como aprendi na infância com a minha tia Rita Lee.
Quando estou fora, eu que já não sou muito de redes sociais, fico mais na vida social sossegada,com três ou quatro amigos chegados e algumas relações afetivas inclassificáveis, porque não tenho essas ansiedades com o celular nem com os e-mails. No fundo, não espero nenhuma mensagem que vá mudar a minha vida e descobri que desligando os telefones e me desligando do mundo tecnológico estabeleço outra maneira de folga, de férias, de ócio.
Chatas são as noites: para quem fica pelas praias sabe que não há o que fazer à noite, porque as festas acontecem a partir das quintas-feiras e ir ao bar, para quem não bebe, é péssimo programa. Passo o dia inteiro na praia, - eventualmente, saio da praia e vou aos Lagos ou a qualquer parte da Enseada - volto para casa com sono e depois de dormir um pouco após o banho, ainda é cedo para dormir até o dia seguinte. Por isso também preciso de livros, porque eles me distraem... não tenho uma novela a quem ser fiel, nada que a televisão cure...mas, às vezes, colocando a cara para fora de casa a gente tem motivos para não querer que a noite acabe ou, até, para a gente se acabar na noite...

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