Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Rolam as pedras...


Tudo se transforma, tudo se transtorna, tudo passa, tudo muda: há quanto tempo convivemos com constatações como estas? Há mudanças discretas e outras abruptas; há surpresas e há previsibilidades, há improbabilidades e há meras coincidências e acasos, mas realmente tudo passa. Passa, inclusive, o prazer que a gente quer prolongar e a dor que parece infinita. No caso das dores, o seu término não indica que não ficarão cicatrizes.
Hoje saiu a publicação do meu texto apresentado num evento a que fui na UNICAMP. Julguei que só saísse no ano que vem, mas fiquei feliz por ver lá a minha “obra”.
Para a minha surpresa, ter seguido o protocolo da publicação não garantiu a formatação do meu texto, que está esteticamente horrível, mas recebi tudo com verdadeiro amor, fiquei feliz mesmo: contemplei o meu trabalho e fui direto aos erros e às supressões. Nestas horas a gente olha para trás e pergunta “onde eu estava com a cabeça? Como eu não vi isso aqui? Como eu esqueci aquilo ali?!”. Mas já está feito. E como o tempo passou, minha pesquisa já não é mais aquela, os rumos do que escrevo mudaram com os ventos da própria mudança. E, falando nisso, quem quiser ver em que pé andam as coisas, o meu exame de Qualificação será na UFBA, no Instituto de Letras, na sala 02 da Pós-graduação, às 14 horas desta sexta-feira, dia 09, porque afinal a defesa é publica mesmo. E se eu fizer feio, a vergonha também será pública.
E aos meus amigos que, nesta data, já terão confirmado a aprovação na seleção do doutorado deste ano, apareçam e vamos comemorar juntos a superação de mais uma etapa difícil para cada um de nós. Por mim, confirma-se happyhour no Shopping Barra após a sessão de Defesa...
Pois é, a gente fala, mas nem percebe que pesquisa é um troço que amadurece: daí porque meu texto de tempos atrás não corresponde ao que faço agora.
As amizades sofrem processo similar: algumas existem não por aquilo em que se tornaram, mas pelo que um dia foram. Infelizmente, nem tudo que muda, muda para melhor. Que bom que pelo menos elas deixam saudades...
Um grande amigo meu declarou que vai mudar, que vai largar uns hábitos deletérios... Agora, como cabe aos amigos, eu acredito nele. Quem quer mudar não espera pela segunda-feira, nem pelo ano-novo, nem por qualquer pretexto que deixe para depois o que se decidiu agora. Aprendi com os humoristas: “Antes tarde do que MAIS tarde.” E por que será que a gente se apega ao que reconhecidamente não é bom? Ao que não é bom para nós ou não s eliberta daquilo cujo preço é alto demais em relação aos benefícios? Que fraqueza é essa? Quantos apegos frágeis e dependências emocionais de gente, lugares, hábitos e etc.? Para mudar é preciso iniciativa. Voltamos ao ponto: A iniciativa é a mãe do resultado. Gostamos de transferir para outrem a responsabilidade de mudar as coisas para e por nós...
Rolling Stones: pedras que rolam (não criam limo). E Raul Seixas, queixoso: “Vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar”. Para mim, o verdadeiro louco de pedra é aquele que não faz nada para que as pedras rolem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário