Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As lições do acaso


Há muito que eu me queixava de duvidar das minhas sensações de desconfiança,de ignorar aquele senso que nos acomete de vez em quando, sinalizando que algo está errado, que há uma falsidade no ar, uma coisa a evitar ou algo a fazer...
Comentei com ele sobre o acaso louco de tantas coisas minhas se liquidarem ao mesmo tempo: troquei de cama há poucos dias, porque a anterior, do nada, se quebrou; troquei de computador porque o HD do meu queimou neste domingo; o cupim comeu minha mesa e tenho que comprar outra já (comeu uma perna inteira da mesa, imaginem! fui tomar café e, do nada, ploft!)e meu celular deu um treco oscilante que o deixou em estado terminal. Esta é a minha sequência.
Vi uma certa causalidade (e não Casualidade)em tudo: havia um eixo, sim.
Tudo, aliás, bem parecido com a vez em que eu desconfiei de minha coleguinha estar arquitetando infernos contra mim, mas me dissudi porque tal criatura maravilhosa não faria isso, ora, que heresia a minha! depois eu vi tudo confirmado pelo tempo e pelas testemunhas.
Então, quando voltávamos para a minha casa ontem à noite,logo que o carro parou para eu entrar, esperei que os ciclistas passassem pela porta que eu usaria, nem encostei até que passasem.
Ele, quando eu cheguei, me pediu para mexer no retrovisor: um dos ciclistas havia "levado" o retrovisor.
A partir deste acaso ele foi falando sobre o anterior, de uma desavença no posto de gasolina, horas antes de me ver, e me contou isso bastante irritado.
Aqui em casa, por acaso, ele me falou de um acidente de que eu nunca soube, mas ele disse: "No dia em que eu me acidentei, meu primo que dirigia, e eu tenho certeza, certeza mesmo que foi o meu pai Oxóssi que fez por mim,intercedeu, porque eu não tive nada! num acidente destes, se não fosse ele, eu não estaria aqui".
Ele saiu daqui já bem após as 22 horas.
Com todas as ocupações e os trabalhos que eu andei dando a ele nestes últimos dias, tive até um insight de ligar, mas achei melhor deixar que ele descansasse.
Hoje, ensaiei ligar, mas lembrei que ele tinha que viajar para dar aula e acabei deixando para um pouco depois. E não sei até que ponto isso foi bom, porque só há uns minutos eu soube do acidente que ele sofreu ao sair daqui.
Ainda bem, soube por ele mesmo, porque a mãe dele soube pelos transeuntes, pois ele estava a duas ruas de casa, quando uma mulher, na rua paralela à que ele trafegava, saiu sem olhar para os lados e colidiu com toda a velocidade no carro dele, de que não sobrou muito.
E dele, o saldo de um corte profundo nas costas, omoplata quebrado, tudo quebrado, enfim - o carro rodou três vezes na pista, antes de bater contra o muro.
Se alguém me ligasse para contar, se eu soubesse antes dele deixar o hospital, poxa, teria sido terrível. Dr House é quem diz que pior do que dar uma má notícia , é receber a má notícia. E sem muito egoísmo, eu concordo.
Coincidentemente, três foram os eventos correlacionados até ali.
Também na volta de minha cirurgia, há uma semana, primeiro o pneu furou. Trocamos, seguimos, e um caminhão bateu no fundo do meu carro e do meu ex, que estava comigo, fazendo a gente rodar na pista, também, no meio da BR 101.
Mera coincidência, nenhuma explicação e sérias desconfianças.
Sem ironia, agora posso até cantar: "O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído". Acho que o acaso dá certas pistas, às vezes, e que sim, de vez em quando temos intuição - obviamente, entre a manobra errada da moça e alguns olhos invejosos e maus, esta primeira é clara e determinante; a segunda é uma proposição intuitiva, mas ora como se relacionam!

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