Louquética

Incontinência verbal

sábado, 15 de janeiro de 2011

Créu!


Tati e eu conversávamos há pouco sobre a nossa vida profissional após nossas respectivas defesas. No caso dela, a defesa já será daqui a dois meses.
Em meu caso, tenho nada confortáveis quatro semestres pela frente.
Em princípio falamos desta ilusão de construir uma página por dia: claro que dá, nos dias em que você não tem mais nada para fazer e quando o seu repertório argumentativo está forte. Mas, dias há em que a gente trava, e outros em que largamos tudo e vamos à bagaceira (que pode ser danceteria, shopping, festa, sorveteria, praia, casa da vizinha ou frente às nossas roupas para lavar).
Aí, cinicamente, a gente pensa na ralação intelectual que é justificar o lugar conquistada no mestrado e no doutorado, encarar uma banca que faz geralmente uma leitura duvidosa do que foi escrito, se encher de livros, revisar, escrever, fazer desleituras, fazer leituras, entrar em pane e finalmente obter o título.
Daí vem alguém e diz que "Para dançar créu tem que ter disposição; Para dançar créu tem que ter habilidade, pois essa dança não é mole não, eu venho te lembrar que são cinco velocidades" e, com tal genialidade fatura dinheiro, poder e fama.
É justo um negócio desse?
Não, amigos, "é créu nelas", em Tati e em mim, pelo jeito.
Por falar em justiça, eu que também danço o créu em toda semana de Letras a que vou, estava vendo como é o próprio contexto universal das coisas que nos parece injusto, porque há uma impunidade que raramente se quebra.
As pessoas nefastas, um bando de gente ruim sempre se dá bem, sai impune das injúrias espalhadas, sai ileso das feridas que causa e até mesmo dos crimes realmente praticados.
Vez por outra, em pequenos índices, comemoramos uma máscara que cai aqui, uns olhos que se abrem acolá, os delitos publicamente flagrados, mas é tão pouquinho.
Dizem que aquilo que a gente lança no universo, de alguma forma, retorna para nós: não sei não, acho que isso é coisa para consolar.
Mas, vamos , então, comemorar a exceção: uma dívida acabou de ser paga a mim. Dívida cabeluda, com juros acumulados, com uma moratória de muitos meses. Posso dizer, a pessoa me pagou direitinho, na mesma moeda, acrescida de juros e mora, tudo o que me devia.
Evento raro, mas, paciência: valeu a espera.Para quem crer e para quem créu

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