Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Verdades nuas


Vou começar pela informação que deixei de dar no post anterior: eu nunca fiz cursinho pré-vestibular. É verdade. Verdade nua!
Eu ia à Biblioteca Municipal de Feira de Santana estudar para me preparar. E foi lá que eu, consultando livros de História, especialmente um, de José Jobson Arruda, construi minha base mínima para fazer o vestibular. Mas a escrita nunca foi uma dificuldade para mim, nem representou um empecilho e, por conta disso, minha redação levou uma excelente nota e minha aprovação veio na primeira tentativa.
E por falar na Biblioteca, foi lá que nessa época eu conheci meus amigos Renée, Héber,Du e o meu namorado com quem fiquei uns 04 anos. Ler nunca foi um sacrifício, estudar também não e eu acredito que seja um dos esteios de minha vida até hoje.
As fórmulas a gente aprende porque passa a trabalhar em cursinhos ou porque convive com quem trabalha em cursinhos.
No caso da "gramaticidade", aí, sim, as próprias gramáticas tendem a ceder siglas e associações, porque afinal, a lógica da gramática é esquisita, tortuosa e inexata. Por conta dessas coisas, não ignoro que alguém cometa lapsos como dizer PARTICIPADORES ao invés de PARTICIPANTES e haja aquele rolo todo entre dizer medicação e medicamento.
A lógica dos verbos regulares é uma, a dos verbos irregulares é outra e daí você nem percebe os circuitos e labirintos embutidos numa sentença como EU FUI ( será no sentido de IR ou no sentido de SER?), por exemplo. Mas, eu digo de novo: Ainda acho que quem tem POBREMA tem dois PROBLEMAS.
Bem, mas eis a minha nota explicativa, que eu complemento também respondendo que é claro que daria dicas a uma amiga que estivesse desleixada ou engordando, não de modo depreciativo, mas para que ela se cuidasse. Isso é bem diferente de meter o holofote na gordurinha de alguém para fazer ridículos.
Tem uma pessoa ex-chegada que faz isso. Mas, hoje eu compreendo que se trata de uma pessoa infeliz, daquelas que desaprenderam o que é se sentir bem, o que é experimentar momentos felizes e se torna bem clara a necessidade de espalhar o mal-estar entre os outros.
E assim digo que fui conversar com o Capeta ontem de manhã.
Eu dormi mega-pouco, porque depois do presente que "ele" (não o capeta, né? o meu affair) me deu, fiquei foi numa excitação nervosa chata, que meus olhos pesavam de sono, mas nada de conseguir dormir, flutuando e divagando feliz. Paguei o preço da felicidade agitada de manhã, porque nem dormi 03 horas completas.
No trabalho eu aprendi que o inferno não depende da presença do diabo, tal como afirmou Lobão. Então, estar cara-a-cara com o Capeta não me diria muito em termos de me despertar o temor.
Se o Capeta não é tão feio quanto pintam, pelo menos ele é desolador, mas levei na esportiva, como sempre faço. Nesses últimos tempos aprendi realmente a apostar nos riscos e lá fui eu.
Soube, na ante-sala do Capeta, que minha inimiga pensa muito em mim. Ela comentou sobre minha formação, numa dor-de-cotovelo que, no caso, foi um reconhecimento de minhas conquistas. Comentei com quem me dizia deste episódio, que, vindo dela, que é e sempre foi inteligente, esforçada e trabalhadora, não era ofensivo, era só um casinho de dor-de-cotovelo que mais afagava meu ego.
Os que são meus inimigos sabem que eu sou uma inimiga ética e os que são meus amigos sabem que eu preciso tanto dos meus inimigos! Vivo cada dia por eles, talvez somente para irritá-los, mas são minha pulsão de vida quando as coisas vão mal e eu digo a mim mesma: "Vou sair logo dessa, para não deixar meu inimigo feliz por minha derrota". Também eles sabem que eu não escondo as minhas derrotas, como não escondo o desconforto de ir ao encontro do Capeta, nem de fazer ou receber propostas dele, porque nunca negociamos barato.
O Capeta tem lá suas armadilhas e eu tenho cá minhas artimanhas e antídotos. Foi uma boa conversa! e quando eu percebi que eu já não tinha nada a dizer, não disse. Medi a situação e o contexto e encerrei o assunto.
Juntei duas noites sem dormir: a primeira, por farra; a segunda, por felicidade. Meu domingo foi de um esforço incrível para me manter em pé, com a casa fervendo de visitas e telefonemas o tempo inteiro, tarde e noite.
Hoje de manhã o povo me ligou para me dizer que viu minha entrevista - que deverá ser repetida no noticiário do meio-dia e talvez no da noite - juro que não assisti, nem quero assistir, acho um mico total. Dizem os que viram que eu tive uma naturalidade e espontaneidade boas, mas não vejo, sou auto-crítica demais.
Os meus melhores inimigos também sabem disso: sou auto-crítica e, em contrapartida, se meu inimigo tiver razão, tiver talento, for inteligente ou for bonito, eu reconheço. Mas, então, não estou a fim de me julgar hoje. O que, por si, já é um julgamento porque eu sei que eu olharia tudo que faltou e não o que estava ali presente. Não sei porque mas sou como um virginiano nesse quesito.
Tenho mais com o que me preocupar porque terei outro encontro com o Capeta, no mês que vem. Este, sim, será barra pesada. Se ele desmarcar, também será frustrante, mas acho que ele gostou de me ver, apesar de estar lendo em meu pensamento :"Nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos Seus anjos dará ordem a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos". Ah, eu nunca iria ao encontro do Capeta sem ter bons guarda-costas e esta é outra Verdade nua.

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