Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Diversão e arte: para qualquer parte


Ontem eu estava num mal humor desgraçado, mas daquele tipo de mau humor de TPM, mesclado com a exacerbação de minha impaciência e uma gritante vontade de matar as pessoas. Nunca mais eu tive acessos de TPM que me dá vontade de destruir o planeta, de asfaltar a Amazônia,de mandar meus inimigos para a putakiupariu e de encher de bolachas, tabefes e safanões um bando de gente chata e cheia de nhenhemnhém. Por conta disso, eu ia desistir de ir ao cinema após a academia. Sorte que eu não desisti: com os meus amigos eu fui assistir Assalto ao Banco Central.
Valeu a pena: para quem achava que ia perder tempo com uma tramazinha sem sal, o filme surpreendeu.
Elenco de primeira, especialmente no caso de Lima Duarte e Giulia Gam, que arrasam nos papéis de investigadores.
Até o elenco que compõe núcleo dos bandidos foi meticulosamente bem escolhido, e eu devo dizer que o Eriberto Leão, uhuuuuuu, sem comentários! Também me surpreendi por ser a primeira atuação de Marcos Paulo como diretor!
Irônico, cheio de ação, e com uns atores gostosos e bonitões como há muito não se via no cinema nacional, o filme baseou-se na história real de uma quadrilha que, em agosto de 2005, inteligente e estrategicamente assaltou o Banco Central, em Fortaleza. Até hoje há imensas controvérsias a respeito do crime, abrindo a possibilidade que a ficção explorou muito bem, ao dar ao personagem chamado Barão um final compensatório, livre da prisão.
Lembro muito bem quando o personagem interpretado por Tonico Pereira é recrutado como engenheiro, para projetar o túnel e cuidar das situações relacionadas à estrutura da “construção”, e, sendo ele marxista, diz , ante a proposta,supostamente citando um comunista: “Nada se compara a roubar um banco, exceto fundar um!” – e o interessante é que a platéia do cinema ri, aquiescente. Pois é, todo mês roubam a gente de maneira oficial e autorizada.
Não faltam oportunidades cômicas no filme, ainda mais quando aparece o homossexual evangélico, Devanildo (interpretado por Vinícius Oliveira): Devanildo é um devaneio só, atrapalhado, conflitante com a fé, indeciso, estereotipado, incrível!
Hermila Guedes é que ficou meio subaproveitada, na função de perua mulher de bandido, mas o elenco todo é muito bom e as coisas funcionam, dando sustentação ao filme.
Eu sou suspeita para falar porque não sou de assistir filme de mulherzinha, com angustiazinhas e lagriminhas permeadas por paixõeszinhas e apelinhos existenciaiszinhos. Até porque é muito difícil que um filme desses seja bem feito.
Mas, saltando do filme à vida real ou quase real, nesta quinta-feira tem show de strip-tease masculino aqui em Feira, para quem quiser ir e puder: tudo discreto, em horário insuspeito e em local também acima de qualquer suspeita, naquele salão de eventos daquele famoso restaurante que começa com K e que fica na Castro Alves. Eu nem sei qual é a clandestinidade de assistirmos a um strip-tease masculino se aqui é aberto o comércio erótico e sexual para os homens...
Vejam, um Clube das Mulheres assim só acontece duas vezes ao ano aqui em Feira. Assim mesmo, tudo incrivelmente, provincianamente comportado: homens fantasiados, muitas sungas brancas, insinuações, dancinhas eróticas, mas homem nu mesmo só no sacrifício de quem se atreve a ir lá e colocar a mão na massa.
Sortuda foi Tati, a Outra Tati, que encantou um dos mais bonitos dançarinos e foi convidada para uma apresentação particular dele, há uns anos. Agora é Tella quem está curiosa...e já que eu não vou ao Rock in Rio, vou lá, olhar as mais interessantes carnes do mercado. Vá também, dona de casa, finja que vai a uma reunião de Tupperware, se encha de tequila e vá sonhar com coisa melhor do que aquilo que lhe espera no lar.
Eu continuo na TPM, que eu já traduzi por Tudo Parece Mal, por isso preciso respirar testosterona para aliviar os sintomas. Ladies night, eu vou!

Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida,
A gente quer comida,
Diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida,
Diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida
Como a vida quer...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro
E felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro,
E não pela metade...
Diversão e arte,
Para qualquer parte.
Diversão, balé,
Como a vida quer.
Desejo, necessidade, vontade.
(Titãs, Comida)

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