Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Todo mundo quer saber


Ontem o Saia Justa do canal GNT esteve incrível!
Primeiro porque discutiu os escândalos das pessoas públicas e a tendência das pessoas comuns a focalizar o escândalo alheio, como se não cometessem escândalos também. Disso todo mundo quer saber! e de sexo também.
Mas, excelente foi ver escândalos memoráveis e, neste tocante, eu que gosto de Hugh Grant, menos pelo talento que pela aparência - vai ser bonito assim na casa da mãe! - revi os apertos dele quando foi surpreendido há anos, com Divine Brown, numa esquina do Sunset Boulevard, numa (invejável) sessão de sexo oral. Mas aí o Clinton, o Renan Calheiros e tantos outros políticos compuseram o rol da discussão e sobre a forma como se portaram diante dos escândalos.
No caso de Grant, assumindo e se promovendo (eis as facilidades dos heterossexuais solteiros), em se tratando de Clinton, assumindo e pedindo desculpas à nação, à família e a Deus...e do Calheiros, bem, se esquivando e recorrendo à Constituição para reclamar seu direito à privacidade. Mas que povo besta que faz de sexo oral um caso do outro mundo! De todo modo, não fosse Clinton e não entraríamos na discussão sobre se sexo oral é sexo ou não, se configura traição ou não. Na esteira da discussão, minhas amigas acham que sexo oral não é sexo - e eu, pessoalmente, não sei o que dizer, já que taxionomicamente seria...mas, classificar não é entender. Deixemos na ambiguidade do termo: sexo oral é algo que está na boca do povo. Melhor assim, não é? eu aqui preocupada porque minha orientadora escolheu uma inimiga minha para compor a banca, imagine se vou revolver todas as camadas dessa querela sobre se é preliminar ou se é sexo.
Mas, vamos à parte que realmente interessou: enfocaram o surgimento da produção pornográfica para as mulheres. Chamam de New pornô.
Segundo a discussão do Saia Justa, os filmes são diferentes, com mulheres mais próximas a uma mulher de verdade, com um sexo que busca atender às pessoas que estão em cena e não apenas aos homens. Mas são filmes produzidos pelas mulheres, o que demonstra o machismo dessa indústria, já que parece que um homem seria incapaz de fazer um filme em que a mulher não fosse objeto sexual.
Interessante é a queda do mito: esse negócio de argumentar que as mulheres preferem filmes com "historinha", caiu por terra. E pelo menos estatisticamente, as mulheres representam 30% do consumo de material pornográfico atualmente. Muitas mulheres gostam, consomem, mas não assumem, principalmente porque os homens fazem muito mal juízo sobre isso.
Os filmes pornográficos da minha casa devem ter uns 05 anos, porque são comprados por namorados ou, através de suborno, pois eu pedia ao meu primo para comprar...é diferente de estar numa sexshop, que é espaço para compras eróticas em que mulheres entram e saem tranquilamente.
Qualquer senhora de família, dona de casa de respeito e mulheres independentes em geral vão à sexshop e essa permissividade é porque o mundo já entendeu que as mulheres rivalizam entre si, querem agradar aos parceiros, querem concorrer com as amantes e, por fim, o senso comum parece supor que elas estão ali procurando formas de bem servir aos homens. Por isso perdoam e permitem o trânsito de mulheres de todas as idades.
Mas o filme, não: filme é visto como coisa de pervertida, de depravada, de prostituta querendo fazer aperfeiçoamento. Quem sabe com o tempo as pessoas irão se acostumar com a capacidade desejante de todos os seres humanos...
De qualquer maneira, fico feliz por uma diferença que se esboça nesse comércio, a contragosto de puritanos e moralistas.
Se não fosse a internet, estaríamos fritas, porque pelo menos a rede permite ter acesso a filmes sem necessitar colocar a cara para comprar numa loja física por aí - e meu primo cobrava caro pelo favor da compra, sem maldades sexuais, porque somos como irmãos e ele é um cafajeste sem vergonha que eu adoro!, mas eu desembolsava uma grana à parte, pagando meu material e o dele - ainda é um tímido atendimento às mulheres, mas já é um começo.
Meu tio ontem esbravejou contra o Direito das mulheres, falou com todas as letras que antes tudo era mais fácil, que a gente está exigente, ousada, exagerada, que escolhemos namorados e maridos, coisa que antes cabia ao pai e à família e blablablá.
Minha família me acharia uma pervertida por causa das ideias que eu defendo em favor das mulheres. Mas é que mesmo que a gente não compre, não consuma, não entre na lógica da indústria do sexo, é preciso que tenhamos opções e liberdade de comprar ou não, de ver ou não ver. Ah, eu nunca vi nenhum desses filmes da safra nova, mas estou curiosa pois entendo que finalmente colocaram atores bonitos. Poxa, alguém deve ter percebido que gostamos dos caras bonitos e não daqueles que apenas foram agraciados com um bom tamanho de...talento! kkkk !É, o "talento" tem que ser enorme para me impressionar, porque há coisas que não determinam, mas influenciam.
E para quem achou que esse post está uma sacanagem, digo que pornográfico, sacana e depravado mesmo é pôr uma inimiga para avaliar meu trabalho de doutorado...aí é que é phoda!
Depravada mesmo é a política, que está cheia de tarados e filhos da p*ta, nas mais diferentes posições ao largo dos cargos públicos.
Há tantas formas de ser sensual sem ser vulgar e de ser sexual sem ser pornográfico...mas, para quê medir fronteiras na reserva da privacidade?

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