Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O assassinato do Português


Valei-me Minha Nossa Senhora da Correção Ortográfica!
Eu já me livrei de um lindinho que me disse que queria marcar um ENCRONTO. Não, amigo, não está escrito errado, não: ele é que falava assim.
Em noites bêbadas em que eu jamais bebi álcool (adoro o princípio da contradição), já fiquei com um lindinho que falava CAMPEONA.
Agora, o nada lindinho me vem com o tal do DERREPENTEMENTE. Explico: ele quer dizer Repentinamente, tá?
Minha amiga fala ÍDOLA, à là Faustão, e minha outra chegada, a sexólatra Tella, arrasa os gerúndios. Deste modo, tudo é um CHEGANO, COMENO, GOSTANO... deve ser preguiça de articular um D, não é? só falta me dizer: "SASTIFEITA?".
Vai me dizer que é licença poética? Licença poética quem tem é a Ednéia, a popstar, a garota na chuva lançada pelo Pânico na TV.
Se a gente pedir a certos caras para eles empregarem o plural , é capaz deles dizerem que é para o plural mandar currículo, que eles vão ver o que tem lá na empresa.
E falar em concordância com certos sujeitos é briga na certa: Eles dirão que não são obrigados a concordar coisa nenhuma, que não se pode sair assim concordando com todo mundo.
E se a conversa descambar para a flexão, na hora eles gritam que flexão é um negócio que se faz na academia e não tem nada a ver com a Língua Portuguesa.
Está bem...

Assaltaram a gramática
Assassinaram a lógica
Meteram poesia, na bagunça do dia-a-dia
Sequestraram a fonética
Violentaram a métrica
Meteram poesia onde devia e não devia.

Lá vem o poeta com sua coroa de louro
Agrião, pimentão, boldo
O poeta é a pimenta do planeta
(Malagueta!)

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