Louquética

Incontinência verbal

sábado, 8 de outubro de 2011

Os engodos de sábado à noite


Takiupariu!estou aqui pirando porque as duas criaturas que se dizem minhas amigas resolveram sair comigo nesta noite de sábado. Ora, pois, desde às dezenove horas é um torpedo por segundo, mas agora, quase 23 horas, as duas pestes não me aparecem.
Ok, estou com o humor encapetado. Hoje eu seria capaz de tomar uma vodka, para ter ideia do meu desvario...
E foi só eu responder assim que elas se assanharam em sair, prometendo que a gente só volta amanhã de manhã.
Ah, minha vida está uma porcaria, uma vida de Boston!e aí elas levam na brincadeira, ou me acham mais divertida quando estou irosa. Engraçado, namorei um palhaço que achava engraçado quando eu estava irada, irosa e qualquer coisa com raiva pelo meio...ah, tá, vai a missa e o nome do padre: Marcelo, a peste do Ex-Grande Amor da Minha Vida. Bem, melhor do que o outro palhaço, o Du, que me perturbava porque, segundo aquela mente psicopata, eu ficava linda depois de chorar...
Minhas queridas amigas estão se arrumando para sair desde às dezenove horas. Explico: ao meio-dia, elas tiveram a ideia de sair. Dei de ombros, fiz pouco caso, lamentei a vida e as finanças, mal quis saber e ficou na vaga promessa.
A partir das dezenove, vieram os torpedos e as insinuações, coisas de querer passar no bar de Eudes, o Jeca Total, para ver se Caio C. (é, o nome da peste é esse)finalmente põe as mãos em mim. Oh, que troço chato essa torcida, já que eu não estou nem aí para o cara...
Dei de catar na web outra alternativa: tem show dos LP e os Compactos, no Antiquário, agora à noite. Tento desviar as duas criaturas para lá.
Na verdade, amargo uma leve dor-de-cotovelo, porque sábado à noite é legal ir a Salvador, ir à Groove, ainda mais hoje,mano véio, que o show é de Dado Villa-Lobos e Toni Platão. Pensa aí no quanto vai ser fodovsky um show desses!!!baratinho, a trinta reais.
As duas criaturas optaram por se segurar por aqui, porque semana que vem tem show da chatinha da Maria Rita no TCA. Eu que não vou, mas sigo enrolando, até que a bebedeira delas passe e elas leiam minhas declarações.
Ih, telefone: mandam eu me arrumar porque elas estão se arrumando.
É que o tempo para as meninas funciona assim: elas projetam sair. Isso leva umas quatro horas. Elas projetam as roupas e acessórios. Somem-se três horas. Decidir o roteiro, leva mais umas quatro horas, até porque, em cima da hora, decidimos que não iremos para onde havíamos decidido antes.
Banho de cada uma: trinta minutos.
Arrumação de cabelos, batom e demais frescuras: uma hora e vinte.
Se vestir: vinte minutos.
Tirar o que vestiu para vestir outra coisa: quarenta minutos.
Procurar coisas esquecidas: vinte minutos.
Esquecer o que estava procurando: cinquenta minutos.
Saída até minha casa: quarenta minutos, apesar dos seis quilômetros que separam nossas casas.
Nós três seremos quatro, após novo telefonema que recebi agora, então, alterações no cronograma: ir à casa de Patrícia, 30 minutos, apesar dos quatro quilômetros que separam nossas casas.
Tempo perdido para discutir se iremos ao Seu Zé Lounge Bar, a um karaokê de quinta categoria ou ao Antiquário, quarenta minutos.
Acessos de tédios e/ou de discórdia: 20 minutos ao telefone, mais 40 minutos ao vivo.
Tempo no ambiente escolhido: duas horas.
Tempo perambulando de carro à procura de lugares onde comer: cinquenta minutos.
Tempo para se decidir diante do cardápio: 30 minutos.
Pausa para as meninas irem vomitar no banheiro devido ao excesso de álcool - sim, bebem álcool sob forma de vodka, roskas, biroscas, cervejas, tequilas, gim,coquetéis, metanol, etanol, aguardente, vermutes, Smirnoff Ice, sakê, ligantes, cravinhos, colantes, capetas e o que ocorrer - cinco intervalos de oito minutos.
E após tudo isso, a diversão é rir umas da cara das outras, especialmente da minha, que me mantenho sóbria e careta, reclamando dos cigarros alheios e do sono.
Amanhece. Cinco da manhã: pegar a BR, para tomar café no município vizinho, Amélia Rodrigues, só porque Cléo quer.
Pensamos na praia.
Seis e meia volto para casa, com dor de cabeça e arrependida. Alimento meu cachorro. Tomo banho. Durmo. Acordo. Levanto e vou dormir no sofá. Tomo café às 14 horas. Sinto sono. Durmo de novo.Ligo a televisão. Durmo de novo. Fico irosa porque os problemas continuam. Blasfemo. Temo que Deus me desça a madeira e me castigue. Rio das desgraças. Faço as pazes com Deus. Sinto sono de novo. Fico irada de novo.Poxa, não almocei, de novo. Pronto!!!E amanhã será igual a hoje, assim como hoje foi igual a ontem. Penso em Ana Rita me dizendo uma frase de Mayakovsky: "É melhor morrer de vodka do que de tédio". Takiupariu!!!quem mandou eu não beber?
Ah, tô cansada de esperar.

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