Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Acabou-se o que era doce...


Eu só fiquei pensando em como começar este post. É que hesitei em dizer se "acabou-se o que era doce" ou se " alegria de pobre dura pouco" ou se, mais simploria e objetivamente, eu deveria dizer: "A casa caiu!".
Vamos ao fato: ainda ontem eu estava dizendo que o meu orientador me deu um "sossega-leão", dizendo que deixaria minha defesa de Qualificação para o ano que vem, que eu relaxasse, que largasse o stress, que as coisas não são bem assim para ontem...
Juntei a alforria concedida à vontade louca de ir à praia, pegando a estrada desde amanhã, começando o processo de exorcismo da tese na festa da Groove e culminando em uns 03 dias de praia, de Praia do Forte e o que mais quiséssemos.
Mobilizei minhas amigas - aliás, amigos - e tudo foi articulado para uns dias pelo litoral, pela Linha Verde.
Até às onze e meia da manhã desta segunda-feira, tudo ia bem: uns sairam para comprar short e sandálias, outros foram levar o carro para a revisão,alguns foram jogar a semente da dissimulação para obter um atestado que cubra as faltas ao trabalho, eu contactei minha tia, que mora perto da praia, avisando que passaríamos uns dias lá e pedindo a previsão real do tempo...
Quando eu estava bobinha, numa sessão de futilidade, o telefone tocou e eu nem me mexi para atender, pensando que eram as meninas atrás de bobagens e perturbações. Quando eu atendi, na segunda vez, fiz mil gracinhas, pensando que era Chuck, mal ouvindo o meu interlocutor.
Tchan-tchan-tchan: era meu orientador, que me deu a maior lavada para dizer que sexta-feira, ao meio-dia estará me esperando na sala dele, porque ele, agora, parecia que tinha sido incorporado por Raul Seixas e estava era me dizendo: "Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes..." **takiupariu!
Que metamorfose ambulante, meu Deus!
Como é que pode? de sexta até às onze e meia desta manhã, eu era livre, eu estava livre, eu não tinha compromisso nenhum, nem precisava ter pressa...
Ele disse que, como ele vai a Portugal na semana que vem, soube que teria que assinar meus protocolos e autorizar meu depósito de tese até à sexta que vem. Com isso, estava suspenso o meu recesso, que eu corresse para casa para dar conta do que ele estava enviando...
Eu fui sincera: "mas, professor, uma vez que o senhor me dispensou, eu estava com praia marcada..."
e ele:
- "Sinto muito, seu feriado será de escrita. Corra!Não tem jeito!"
Ele falou daquele meio-dia de sexta-feira como quem estava marcando um duelo no Velho Oeste.
Eu pensei que para o Dia dos Finados,que será quarta-feira, ele estava me matando e se eu tivesse onde cair morta, juro que eu morreria.
E agora? como é que eu vou ficar na praia, escrevendo?
Estou aqui de dedo duro, de tanta digitação.
Meus dois neurônios foram ao colapso, ou dançaram calypso, sei lá, só sei que não estão em pleno funcionamento...
Vou largar o povo na praia na sexta-feira de manhã e, humilhada, pegar a estrada de Salvador rumo ao duelo do meio-dia. Por que será que ele marcou meio-dia? será que quer comer meu fígado? será que é metáfora para indicar que eu estou frita?ou é so para que eu não almoce?
Estou lascada!
Não contei nada às meninas, para não jogar água no ânimo...
O que é que eu vou fazer para escrever um bocado de coisas num tempo mínimo?
Fiz a pausa para este post porque não flui nada, não tenho criatividade, não tenho palavras, não tenho saída e meu caso não se resolve com Google...

Nenhum comentário:

Postar um comentário