
Tem dias que eu tenho tanta coisa para dizer, que resolvo não dizer nada. Mas hoje não se trata apenas disso: é que estou na maior ressaca de sono dos últimos tempos, porque estava numa festa ontem à noite. E por obra do acaso, dei a maior sorte do mundo ao atravessar a rua.
Pensei nisso: eu poderia atravessar a rua e cair num buraco; eu poderia atravessar a rua e ser atropelada; eu poderia atravessar a rua e quebrar o salto do sapato...Mas, eu simplesmente atravessei a rua e alguém me disse "Oi!". Tímida que sou, retribuí com outro "oi" e entrei cabisbaixa no Ville Gourmet, imaginando que minha ex-amiga talvez estivesse no Mariposas, àquela hora, com algumas outras amigas minhas para as quais eu não liguei, nem convidei para sair - mostra do meu desinteresse total.
Quando ele me disse "oi", eu só vi cabelos. Não vi quem era, nem nada mais. Vi a cara sonsa dos porteiros pré-julgando o flerte.
Fiquei lá, na frente da boate e, não mais que três minutos depois, lá vem ele: meu amigo que voltou dos Estados Unidos recentemente. Mas não sei se ele foi lá porque me reconheceu ou porque não me reconheceu e queria flertar. Este me conhece, sabe que eu não pego meus amigos e assim foi que eu adorei a companhia dele e as tantas histórias para contar.
Eu me senti o Geneton Morais Neto: toquei uma entrevista bem ao modo "tudo que eu queria saber, mas nunca tive a coragem de perguntar". Perguntei e soube tudo! E a partir daí, milagrosamente, fomos esbarrando naquele efeito dominó de conhecer quem conhece os conhecidos da gente e isso me deu um cartão de acesso a gente um pouco inacessível.
Ah, eu tinha tanto para falar...
Apesar da incontinência verbal que rege este blog, tenho que interromper a narrativa porque estou morta de sono - apesar das berrarias da fé do culto dominical não ter me afetado hoje de manhã, o que, por sua vez, sinaliza que às oito da noite sonoros e estridentes "aleluias" vão me impedir de dormir.
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