Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Todas as mulheres se chamam Maria, II


Nota de esclarecimento: recebi meio mundo de telefonemas e e-mails à procura do rumo do meu livro Todas as mulheres se chamam Maria, porque publiquei um post, abaixo, com um título homônimo. Entretanto, não tem nada a ver com o meu livro, que é de contos, tudo devidamente ficcionalizado.
A Maria a quem me dirigi é uma amiga que não se chama Maria, mas que, por sinal, viu a "boneca" do livro, no ano passado, se identificou e eu lembrei disso, de algo que ela comentou sobre uma personagem. Disto, como as mulheres têm muita coisa em comum - as da ficção e as da vida real e estas entre si - coloquei lá Todas as mulheres se chamam Maria.
o livro não foi lançado: está engavetado, embora pronto, esperando o desenrolar de umas coisas da minha vida real, das quais o andamento do meu doutorado e umas poucas coisas burocráticas. Às vezes falo dele por aí, em alguma palestra ou situação informal e, por isso, já me perguntaram da influência do Dalton Trevisan, se tinha a ver o fato de ele nomear quase todas as personagens dele como Maria. Bem, não tem, apesar de eu gostar tanto da Guerra Conjugal e dos Continhos Galantes.
Livro, para mim, é uma questão psicanalítica. E livro toca essencialmente na vaidade de não querer ser como os outros - que pensam que escrevem, que se acham escritores, que se afogam nas vaidades... O que, também já expliquei em outra ocasião, determinou que eu doasse ao Domínio Público do MEC minha dissertação de mestrado, quando ela seria transformada em livro.
Eu, que tanto falo em ser adereço da vaidade dos outros, não queria que um livro fosse um adereço de minha vaidade. À medida em que avalio se devo ou não publicar e cogito quando publicar, ponho em xeque minha habilidade em escrever porque não há o que eu critique nos outros que antes eu não busque criticar em mim mesma.
Algum hipócrita me diria: você se cobra demais. E este mesmo hipócrita não aguentaria críticas, como convém a quem tem ego. E meu ego diz que talvez eu tenha escrito para mim mesma, como fiz com os meus diários. Como não busco dinheiro, poder e fama através de um livro - porque está difícil de um livro comum de um ser humano comum dar uma coisa dessas - engavetei.
Entre março e setembro eu decidirei o que fazer do que já existe. Quem sabe vira só um e-book, mas aos meus amigos curiosos,adianto: escolhi uma capa bem pop, que inclui um holograma com petit pois, porque achei que seria uma marca registrada minha; há dezesseis contos, de conteúdos variáveis e em nada as histórias lembram quem sou ou guardam a forma comum como escrevo. Só isso.
Não sei nada sobre tiragem, sobre coisas técnicas e práticas, nada sobre nada e deixo a cargo de um certo ex-professor meu, que é um amigo potencial,levantar essas coisas. Ele quem compilou e no dia em que eu der o start, pronto!
E como eu falei num outro post do ano passado, por enquanto, "the book is under table"! É, embaixo da mesa, viu?

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