Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Adorável psicose: você liga?


Eu estava assistindo a um episódio de "Adorável psicose" e não apenas ri como me senti como se estivesse em meio às minhas amigas. É que o tema era algo ligado ao fato de que o cara não vai ligar no dia seguinte. Não que já não tenha acontecido comigo, mas é que eu acho que aprendi a me comportar como esses homens. E não é mera imitação de comportamento alheio, porque eu não quero ser homem. Até vou me reportar a "O lado quente do ser', de Maria Bethânia, porque eu gosto de ser mulher.
Contudo, está difícil de eu ligar para algum rolo circunstancial.
Mas,então, foi muito engraçado ver a Natália desesperada porque depois de uma semana saindo juntos o Cláudio Henrique desapareceu.
Escutem, amigas, homens são mágicos: de repente, desaparecem.
E há os homens-rímel: desaparecem ao menor sinal de emoção. E nem tente comprar um rímel à prova d'água: mera ilusão - se você lacrimejar, ele vai escorregar pelo seu rosto e sumir.
Mas, então: quem não quer repetir o que foi bom? Logo, se o cara desaparece, ou ele não quer repetir ou simplesmente, não quer repetir porque não foi bom. E pode ser bom se for apenas momentâneo. Ao se repetir, as coisas se banalizam.
Imagino, porém, que se a pessoa está interessada, sabe te localizar, tem nome, endereço, telefone, caixa postal e seu mapa astral e, se ainda assim, não liga para você, se toca! e nem pense em forçar a barra.
Geralmente os sujeitos têm mil e um casinhos, têm namoradas (uma por semana...pode ter sido aquela a sua semana, né?), têm complicações variadas e simplesmente curtem as situações de forma avulsa.
É claro que a gente projeta nos homens coisas que eles nem têm; a gente sonha, faz planos, conta o tempo...
Ah, se durar mais de um dia já corre o risco de ser namoro.
Mas, pense aí o contrario: aquele sujeito todo-poderoso que atrai todos os nosos instintos Brasileirinhas (kkk!)finalmente caiu na rede.
O cara é ótimo e confirma todas as expectativas.
De repente você percebe algo de intolerável nele; ou de perto ele é nojento e esnobe; ou é vazio e fútil; ou fez Estudos Avançados em cafajestice I, II e III; Fundamentos das Práticas de Pilantragem I e II ou tem rolos imperdoáveis e inadministráveis. Você ligaria para ele?
Sorry, baby, mas tem situações que devem ser únicas mesmo.
Há outras que se tornam encantadoras porque não houve tempo para que se tornassem ruins.
E há algumas que não se repetem porque o cara tem medo de se amarrar e está indisponível interiormente.
Quem me conhece sabe: sou impaciente. E se já não tenho paciência, paradoxalmente, perco aquilo que não tenho, porque minha paciência chega ao limite por qualquer coisa. Às vezes eu sumo porque perco a paciência.
Agora é um desses momentos: não sai para quase nada hoje, exceto para o almoço, porque estou concentrada no texto de Qualificação.
Nada é mais importante para mim neste momento e, francamente, também não amo ninguém e dificilmente amar alguém me desviaria do que tenho a fazer.
(PAUSA DRAMÁTICA: Olha, lembrei que um dos brutos que eu amei achava isso insuportável e que arremessava meus livros do mestrado pelo quarto. Isso é que é violência! Odeio que maltratem meus livros!
Curiosamente, agora notei que sempre há um livro sobre a minha cama...que coisa! e assim foi com aquela história de O futuro de uma ilusão)
Dizem também que aquilo que é nosso não por ser nossa posse, mas porque carrega uma pertença subjetiva voluntária, sempre volta para nós. Acho isso muito Cinderela, mas não me sinto bem forçando a barra com ninguém. Nem tenho saco para viver vigiando o comportamento de nenhum homem.
O fato é que quem quer a gente tem iniciativa de dar sinais de que nos corresponde.
Entendo que é cruel você se sentir descartável, principalmente porque toda mulher precisa de tempo para mostrar ao homem suas qualidades que excedem a grossura de suas pernas, mas isso só é válido quando o outro quer conhecer também.
E aí achei mega-engraçado quando a Natália vai a uma palestra de auto-ajuda e observa um bando de mulheres cantando: "Eu sou uma estrela de luz/e mereço ser feliz (blabláblá)...Morra miserável, sofra miserável".
Poxa, eu já fiz isso: desci a praga! nuns casos eu apenas disse: "Deus te dê o que você merece!"; num outro, eu desci o repertório de pragas e pronunciei silenciosa e interiormente minhas palavras de ódio da mesma forma que Samuel L. Jackson disse aquelas suas palavras lá no Pulp Fiction, sabe?
Quer lembrar? só para arrepiar mesmo? Então, é algo assim:
"O caminho do homem de bem é cercado por todos os lados pelas iniquidades do egoísmo e tirania dos homens maus. Abençoados os que, em nome da caridade e boa vontade, conduzem os fracos pelos vales das sombras, pois ele é o guardião do seu irmão e o que encontra os filhos perdidos. E eu vou atacar com vingança e fúria os que tentarem envenenar e destruir o meu irmão. E quando minha vingança se abater sobre eles saberão que eu sou o Senhor".
Yes, eu adoro Quentin Tarantino.
E para quem tem medo de vingança de mulher, não assista Kill Bill ( que é claro, é de Tarantino).
Mas, poxa, que horror a gente se sentir rejeitada e incorporar os desejos de vingança.
Se há uma coisa que as mulheres sabem pouco é a hora de desistir. E sabem menos ainda administrar o fato de serem preteridas.
Aí, de perseguições a mensagens, simpatias, rezas, novenas, promessas, cestas de café da manhã, acasos forjados, coincidências pré-fabricadas e lingerie sensual, tudo é possível na inútil caçada.
Quando a gente se coloca no lugar do outro é que vê o quanto é irritante você dar de cara com alguém como aquele meu Zé Bonitinho, que não tem a menor noção do que signifique NÃO!
O não pode ser direto ou silencioso. Por quê cortar os pulsos se o que lhe parece maravilhoso não foi maravilhoso para o outro? vai fazer o que, comprar o livro Ele simplesmente não está a fim de você e ler 12 vezes?
Ainda bem que tudo isso é ficção, não é?

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