Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Para Tatiana


Nesta sexta será a defesa de Tatiana e eu só posso estar feliz e grata por nossos caminhos terem se cruzado há alguns anos.
Com muito orgulho, louvo a integridade moral de minha amiga,seu companheirismo, sua cumplicidade, sua compreensão, sua altivez... e aquela pouca vergonha de pedir amparo, de pedir conselhos, de estar presente, de dividir comigo as minhas neuras, confundido-as com as suas...
Amo as maluquices dela pela Cidade Maravilhosa, toda dela, que sabe a cartografia inteira da Glória, do Leblon, do Arpoador, dos metrôs, dos becos e dos camelôs e tal como eu, ama Petrópolis.
Tatiana é a melhor pessoa do mundo para atravessar as ruas de São Paulo, para reparar nos orientais e nos seus descendentes, preferidos dela; e para puxar minha orelha por sustentar tensões sexuais com meus flertes, em qualquer parte do planeta.
Tati é assim razão e sensibilidade, mas não clichê, porque sabe reconhecer quando as aflições de minha carne estão me deixando nervosa...ela entende tudo sobre minha pouca paciência.
E ela mandou este poema para mim, no ano passado.
Lindo o poema.
Linda minha amiga.
Linda, com seus respeitáveis defeitos.

Fala

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade.)

Orides Fontela

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