Louquética

Incontinência verbal

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

The book is on the table!


Ah, meu Deus, esqueci de falar da porcaria do meu livro: é, the book is on the table e, em breve, the book is under table. Entenderam o trocadilho?
Por enquanto, ele está em cima da minha mesa, porque eu estou confusa, até porque Tatiana me perguntou se não me causava constrangimento saber que as pessoas vão ler e que eu, que sou tímida, vou ter que responder um bando de coisas e aguentar mil julgamentos.
Penso que o livro passará a estar embaixo da mesa, bem under table, a partir do momento em que a dúvida acabar e eu chegar á conclusão de que escrevi porcarias que têm mais futuro se colocadas como calço de mesa - até porque o cupim roeu a perna inteira de minha mesa.
Não sei pensar essas coisas de editoração, lay out, tiragem e aqueles blablablás burocráticos. Nem sei, aliás, como um livro óbvio, com este título óbvio de Todas as mulheres se chamam Maria pode despertar algum interesse verdadeiro.
Meu amigos chegados que me põem nesse pesadelo.
E já que eu não terei nenhum filho e já plantei várias árvores (o tamarindeirinho que plantei nesta minha casa, quando eu tinha onze anos,é prova disso), na teoria deles, falta escrever o livro para completar a trilogia clichê da existência.
Minhas personagens são angustiadas, com dores óbvias e com taras escandalosas. Isso até me chateia, acho que não tenho boas histórias para contar, é tudo banal.
Os meus queridos editores é que acham que o óbvio leva à identificação, que o extraordinário estaria na minha forma de tratar do óbvio, das Marias, da vida em si.
Estou segurando esses negócios por aqui, enrolando nas decisões, pensando bem...
Transfiro para mim as críticas que já fiz aos outros: de onde é que vem esta convicção presunçosa de que escrever meio mundo de palavrinhas lhe dá autoridade de escritor? e se eu li escritores competentes, sei qual é o meu lugar, sei reconhecer minha mediocridade.
Tem quem ache que eu radicalizo no auto-julgamento, mas vai que eles são generosos em suas avaliações?
Por enquanto ainda estou vendo se vale a pena, se não me exponho ao ridículo, achando que fiz o que não há - não precisa entender, viu? é que meus contos têm vida própria(mas têm também muito da vida alheia e nada da minha vida. Nada a ver!).
Se comparado com o livro Vídia e Óbria, de Seu Creysson, aí, então, eu vou a nocaute!

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