Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Brava gente interesseira!


Há um bom tempo atrás eu havia me espantado e escrito a respeito das várias circuntâncias que revelam os interesses e as pessoas interesseiras, suas legais representantes.
Então, reproduzi uma máxima popular: "Enquanto uns choram, outros vendem lenços".
Sim, imaginem que o dono da funerária não deve torcer pela longevidade das pessoas, porque enquanto uns morrem , outros vendem caixões.
Também não deve ser interessante para a indústria farmacêutica que as pessoas estejam plenamente saudáveis. Logo, enquanto uns adoecem, outros vendem remédios.
Aind abem que eu sou professora e posso afirmar que não ganho nada à medida que as pessoas aprendam menos. Nisso Paulo Freyre me salvou: "Ninguém educa ninguém; ninguém se educa sozinho; os homens se educam em comunhão". Então, pelo menos em minha profissão há trocas - agora, a equidade das trocas é que pode ser questionada.
Mas termos interesses é algo normal, se a ética for preservada. Nesse ínterim, foi um misto de perplexidade e incredulidade que vi os telejornais e portais onlines em cima do acidente que vitimou o piloto Kubica.
Não houve humanidade nem solidariedade pela pessoa que ali estava, em estado de saúde comprometedor, nenhuma piedade, nenhum sentimento outro senão o do interesse em destacar que um piloto brasileiro poderia substituí-lo.
Isso não é feio: é desumano.
Não se pode nem criticar de todo, porque muitas vezes as nossas experiências próximas revelam os parentes se digladiando por herança, antes mesmo do parente moribundo se tornar defunto de fato. Assim é que se justifica a atitude coletiva de nem sequer notar que o piloto Kubica está sofrendo, mas atentar apenas às vantagens que isso representa para o Brasil, em termos de vaga para a categoria em que ele concorria.
Poxa, se chamam as mulheres loucas por homens que possuem carro de Maria-gasolina, nossa nação poderá ser chamada de que? Joões-autódromos?

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