Louquética

Incontinência verbal

terça-feira, 29 de março de 2011

Era uma vez... MTV


Já faz um tempo que a MTV não tem M, isto é, Música.
Quando a Music TeleVision chegou ao Brasil, nos anos 1990, foi uma revolução e muita gente que a gente vê estabelecida na televisão um dia já foi VJ.
No final da minha infância eu e muitos de minha geração ficávamos vigiando o Fantástico, que sempre trazia a estréia de algum clipe. Depois, com a MTV, quem tinha televisão por assinatura se esbaldava com tantos clipes e com VJs do tipo do louquético Thunderbird e até tempos atrás, com o asqueroso João Gordo – todo mundo muito louco, muito transruptivo.
Ultimamente, até mesmo a VH1 latina já nem tem clipes: é só um festival de programação alternativa besta, tipo Ru Paul e a Corrida das Loucas e outros realities shows sem graça. Pelo menos, tem ainda os Clipes para Levantar (com o qual, graças a Deus eu me levanto, tomo banho e tomo café), Zzzzzzzz e os 100 melhores clipes. Mas, a cada dia que passa, a música ocupa um lugar menor na programação dos canais que deveriam fazer jus aos seus nomes e exibir videoclipes de música.
O videoclipe trouxe exatamente o que o título sugere: o encontro da música e da imagem, tal como no cinema, exibindo uma narrativa e configurando um curta-metragem. Não é à toa que grandes diretores de cinema assinam vários clipes. Mas, vamos a um caso recente: Hurricane, do 30 Seconds to Mars.
Lançado no final do ano passado, o clipe, que está mais para filme, dura 13 minutos, sob a direção do próprio vocalista da banda (o gatésimo Jared Leto, que também é ator), tem um perfil de filme de ação e traz cenas de nudez, violência e sadomasoquismo – por conta disso, do conteúdo do clipe, a MTV norte-americana e outros canais, condicionaram a exibição do clipe a uma censura. Assim é que cerca de 40 cenas foram suprimidas da versão televisiva, mas no site d abanda e no You Tube se pode encontrar a versão sem cortes. Com ou sem cortes, o clipe é excelente.
Muitos artistas brasileiros que amargaram temporadas de ostracismo tiveram na MTV uma grande aliada para ocupar lugar na mídia: as versões acústicas dão um up grade na carreira de qualquer um, porque retomam o repertório antigo da banda, sucessos já consagrados; e raramente colocam uma ou duas faixas diferentes, mas é do velho sucesso que sai o novo sucesso e com isso, sorte do artista!
Acho que o clipe é a cara da música, é a personificação da música. E como a música acompanha o meu dia, há aquelas que compõe a trilha sonora dos momentos mais importantes de nossa vida – sejam os bons, os dolorosos, os felizes - aquelas cenas tão pessoais que foram acompanhadas de alguma música e que fizeram nossos videoclipes particulares.
Como cantou titia Rita Lee, "Quem M te viu, quem M te vê"!

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