Louquética

Incontinência verbal

segunda-feira, 28 de março de 2011

Serial dater: quando os perdidos se encontram



Minhas amigas quando se revoltam contra a minha falta de iniciativa no plano dos relacionamentos, ah, elas vão fundo!
Hoje eu me senti uma serial dater. Sim, date= encontro! Então, tive dois encontros num dia e me senti uma serial dater, graças a elas, em plena segunda-feira.
No primeiro caso, aconteceu de I. ter uma audiência aqui em Feira, excepcionalmente.
Entrei em contato com I. por causa de Tella, que o conhece há mais de três anos, mas nunca havíamos nos visto exceto através daquelas fotos minúsculas do Messenger. Contudo, eu sempre desconfiei que pelo seu suposto porte físico, ele fosse capaz de quebrar meus ossos.
Ainda bem que ela estava lá, na praça de alimentação do shopping, com ele, de modo a fazer as devidas apresentações e mediar aquele encontro. Mas, Jesus Cristo, como é que se corre para longe num momento desses? Olhei para aquele ser humano engravatado e formal, num terno azul marinho, e pus em dúvida o grau da amizade de Tella por mim: aquele não era o homem que falava comigo pelo Messenger.
Sim, os olhos eram os mesmos; a boca, igualzinha; e o nariz ainda mais bonito do que pela web, mas, entre estes itens isoladamente pensados e o conjunto da obra, totalmente desarmônico, estava lá uma ausência de cabelos até bem depois do meio da cabeça.
Ele não só era careca (ou meio careca, se você considerar a área devastada na frente da cabeça) como tinha umas coxas de dinossauro, pesadíssimas, apesar de não configurar um gordo-padrão, um obeso, mas quase lá.
Bastou uma brincadeira entre nós três e Tella, que tinha intimidade para isso, brincou de colocar minha mão no coração dele, sobre a camisa. Ali tive a horrenda sensação de tocar fios de arame ou de alisar um porco-espinho.
Depois de educadas desculpas, quando nós nos desvencilhamos dele após pretextos e embromations bem elaborados, questionei à minha amiga por que foi que ela não revelou que ele, I., tinha essas coisas que eu odeio: pêlos, peso e carequice. Ela então me disse que não se lembrava dos detalhes físicos dele e deixou bem claras as suas boas intenções de me tirar da caretice e da solteirice que tanto incomodam às meninas.
Depois, naturalmente, demos risada de tudo, até porque minha amiga, antes de me encontrar foi encontrar um amigo by web, de mais de quatro anos de contato, mas nesse caso era pura amizade, sem terceiras intenções e, surpresa: o sujeito só não tinha um metro e meio porque tinha 1,51m. KKKKK! Ah, gente, fala sério: como a internet engana!
Graças a Deus que pelo menos eu posso garantir que quando I. falou que eu era igualzinha à minha imagem de exibição no MSN, ele não estava mentindo: pareço comigo mesma e isso talvez seja reflexo de que faço uso de minha imagem verdadeira e, no caso dele, a careca esteve oculta naquele jovial boné – jovial mesmo, porque ao vivo ele tem uns 10 anos a mais.
Cléo estava comigo também, mas passeando em outras lojas, até nos juntarmos para mancomunar novas aventuras e dar risada das saias justas. Assim é que Cléo resolveu ir lá no trabalho de L.E., juntando o útil ao agradável, já que ela precisava mesmo dos serviços oferecidos por lá, com claras intenções de fazer com que ele soubesse do meu interesse por ele.
Logo que eu cheguei Cléo se derreteu, pulando de alegria, porque L.E. havia me olhado. E eu, envergonhada e sem jeito.
Não demorou a Cléo me espantar para longe, mandando que eu fosse buscar os produtos que eu precisava e, quando eu estava distraída, ela veio com L.E. pelas mãos, promovendo o nosso encontro – meu Deus!eu fiquei gelada e ele ficou feliz.
Diante do meu constrangimento, L.E. deixou bem evidente que prestava atenção em mim há tempos (e eu pensando que ele nem sabia que eu existisse!), falou das roupas que eu já usei para ir lá, que sabia qual academia eu freqüentava e soube falar de mim nos últimos meses em extremos detalhes, confirmando que ele olhou para mim antes que eu o notasse.
Este meu segundo encontro foi incrível: ah, aqueles olhos! Nem Cléo agüentou: desceu todos os adjetivos elogiosos, todas as lisonjas que L.E. merecia. Aliás, desde que a gente chegou lá, ela revisou: - “amiga, ele é demais! Ele é muito ...muito...muito...” e eu interrompi: “Muita areia para o meu caminhão?” e ela: - “Ah, ele é muito gato, muito gostoso! Eu não tinha visto ainda o conjunto da obra, não tinha olhado como devia!”, completou Cléo.
Poxa, o miserável é lindo mesmo... e eu estou tão feliz por ele estar interessado! Nem acredito! Valeu o segundo encontro do dia. Espero deixar de ser uma serial dater, mas ele deixou por minha conta o próximo encontro da gente. Estou pensando a respeito.

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