Louquética

Incontinência verbal

sexta-feira, 11 de março de 2011

Ou isto ou aquilo, segunda versão


Ter que fazer escolhas não é apenas difícil: é uma responsabilidade pesada, conforme seja o entorno da decisão e o fim a que ela se destina.
No momento, tendo que optar, me senti como a pessoa lírica do Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles “ou se tem chuva e não se tem sol/ou se tem sol e não se tem chuva!/ Ou se calça a luva e não se põe o anel/ Ou se põe o anel e não se calça a luva!”. E fica assim tudo tão binário, tão polarizado, sem meio-termo...
Em termos práticos seria a seguinte querela: ou perco ou deixo de ganhar. Optei por deixar de ganhar, porque das duas maneiras eu estaria em desvantagem, só muda o fato de perder agora ou deixar para perder depois. Analisei os danos e os prejuízos e concluí, não sem um certo senso de tragicidade, que, como há coisas inevitáveis, o melhor a fazer é agir para reduzir os impactos do prejuízo e, assim, antecipo as coisas, deixo de ganhar.
Há umas vantagens indiretas mesmo naquilo que diretamente seria uma perda: umas são imediatas, mas outras são frutos colhidos à base de paciência, esse ingredientezinho existencial de que Deus me privou.

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