Louquética

Incontinência verbal

quarta-feira, 9 de março de 2011

Para todas, versão II


Esta é uma música de Geraldo Azevedo que eu conheci em 1994, num LP do acervo grandiosíssimo do meu namorado daquela época: foi paixão á primeira audição, mas nem se ouve falar dessa música hoje em dia.
MULHER:
Eu sou a mãe da Praça de Maio
Sou alma dilacerada
Sou Zuzu Angel, sou Sharon Tate
O espectro da mulher assassinada
Em nome do amor.
Sou a mulher abandonada
Pelo homem que inventou
Outra mais menina.
Sou Cecília, Adélia, Cora Coralina,
Sou Leila e Angela Diniz,
Eu sou Elis,
Eu sou assim.
Sou o grito que reclama a paz,
Eu sou a chama da transformação.
Sorriso meu, meus ais
Grande emoção
Que privilégio poder trazer
No ventre a luz capaz de eternizar
Em nós sonho de criança
Tua herança.
Eu sou a moça violentada
Sou Mônica, sou a Cláudia,
Eu sou Marilyn, Aída sou
A dona de casa enjaulada,
Sem poder sair.
Sou Janis Joplin drogada,
Eu sou Rita Lee.
Sou a mulher da rua,
Sou a que posa na revista nua,
Sou Simone de Beauvoir,
Eu sou Dadá
Eu sou assim...
Ainda sou a operária,
Doméstica, humilhada.
Eu sou a fiel e safada
Aquela que vê a novela
A que disse não
Sou a que sonha com artista
De televisão
A que faz a feira
Sou o feitiço, sou a feiticeira
Sou a que cedeu ao patrão
Sou a solidão
Eu sou assim

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